
As merecidas férias chegaram, boas férias para todos e até breve.
Projectos de um novo membro na familia implicam uma série de alterações na vida. A compreensão de diversos assuntos, o planeamento, as cumplicidades do casal, finanças pessoais, subsidio de maternidade, consultas, análises, o primeiro pontapé, dicas ...
3 – Onde, como e quando se pode requerer o Subsídio de Maternidade
Nos serviços de Segurança Social, num prazo de 6 messes a partir do primeiro dia de impedimento para o trabalho, através de um impresso próprio.
(http://195.245.197.202/preview_formularios.asp?r=14040&m=PDF)
Notas Importantes:
§ Consultar situação do seu processo de Maternidade/Paternidade e actualizar a morada.
Para se registar vá ao site :
https://www.seg-social.pt/consultas/ssdirecta/.
Para receber o subsídio por transferência bancárias
2 – Subsídio de Maternidade
2.1 Quem pode beneficiar do subsídio de maternidade:
“O cálculo dos subsídios é efectuado com base numa remuneração de referência definida por R/180, em que:
R = Total das remunerações registadas nos primeiros 6 meses civis que precedem o 2º mês anterior ao do início do impedimento para o trabalho 180 = 6 meses x 30 dias”
Nota: São considerados os valores dos subsídios de Férias, de Natal e outros de natureza análoga.
Exemplo:Data de parto: 01/12/2007
Vencimentos declarados para efeitos de segurança social pelo requerente do subsídio:
Abril: 1.000,00; Maio: 1.000,00; Junho: 1.000,00; Julho: 1.000,00: Subsidio Férias: 1.000,00; Agosto: 1.000,00; Setembro: 1.000,00.
As remunerações tidas em conta são 6 meses, primeiro retiram-se 2 meses (Outubro e Novembro) e depois contam-se 6 meses para trás (Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro). Os valores considerados encontram-se nos recibos de vencimentos (subsídio de alimentação não entra para os cálculos).
R = Abril: 1.000,00 + Maio: 1.000,00 + Junho: 1.000,00 + Julho: 1.000,00 + Subsidio Férias: 1.000,00 + Agosto: 1.000,00 + Setembro: 1.000,00 = 7.000,00.
Logo se um casal opta-se por uma licença de 120 dias (4 meses)
Remuneração de referência= 7.000,00 / 180 dias (6 meses) = 38,89
Subsídio de Maternidade = 38,89 * 120 dias * 100% = 4.666,67
No caso de serem 150 dias
Subsidio de Maternidade = 38,89 * 150 dias * 80% = 4.666,67
Este caso será referente ao trabalhador dependente, ou seja por conta de outrem.
Se o subsídio de maternidade for dividido pelo pai e pela mãe, terá que se calcular a Remuneração de referência de cada um.
Exemplo:
Confesso, que nesta questão dos trabalhadores independentes ainda tenho algumas dúvidas, pelo que já tentei sem êxito contactar a segurança social para averiguar com certeza o cálculo. Se alguém detectar alguma inconsistência agradeço que me comuniquem. Parece-me que os cálculos serão os seguintes:
No caso de trabalhadores independentes o que é tido em conta são a base dos descontos efectuados para efeitos de segurança social.
Para o primeiro escalão 596,79, regime obrigatório (segundo o site da segurança social http://www.seg-social.pt ).
R = Abril: 596,79 + Maio: 596,79 + Junho: 596,79 + Julho: 596,79 + Agosto: 596,79 + Setembro 596,79 = 3.580,74.
Remuneração de referência= 3.580,74 / 180 dias (6 meses) = 19,89
Subsidio de Maternidade = 19,89 * 120 dias * 100% = 2.387,16
Nota: para qualquer dos casos o valor mínimo da remuneração de referência é 50 % da Retribuição Mínima Mensal Garantida (actualmente 403,00 - Decreto-Lei n.º 2/2007, de 03 de Janeiro - link:http://clubefiscal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=396&Itemid=28 ).
1 – Licença de Maternidade
É concedido 120 dias ou 150 dias (ou seja, 4 ou 5 meses), conforme a opção efectuada pelo casal.
As implicações das duas alternativas:
Opção 1 - A opção dos 120 dias, implica que o subsidio financeiro seja pago a 100%.
Opção 2 - A opção dos 150 dias, implica que o subsidio financeiro seja pago a 80%.
Exemplo: Se se considerar (a título de exemplo) uma remuneração de referência 'diária' (cálculo desta remuneração mais à frente) de € 41,67. A remuneração de referência 'mensal' é 41,67 * 30 = 1.250.
No caso da opção 1 o valor recebido seria 41,67 * 120 dias (4 meses) * 100% = 5.000,00,
No caso da opção 2 o valor recebido seria 41,67 * 150 dias (5 meses) * 80% = 5.000,00,
Em termos de subsidio o valor è identico:
* Para qualquer pressão ou discriminação não deixe de fazer queixa aos orgãos competentes, por uma igualdade de direitos e tratamento.
Consulte: http://www.cite.gov.pt/cite/Protcmat.htm
Exemplo: Opção pelos 120 dias, dia do parto 1 de Julho, assim obrigatoriamente terá que gozar 90 dias (3 meses) após o parto
Exemplo: Se uma mulher dá à luz três filhos teria 120 dias + 30 dias (do segundo filho) + 30 dias (do terceiro filho).
Essa divisão da licença ocorrerá em 3 situações:
o Incapacidade física ou psíquica da mãe, e enquanto esta se mantiver *;
o Morte da mãe *;
o Decisão conjunta dos pais.
(*) Em caso de morte ou incapacidade física ou psíquica da mãe não trabalhadora no período de
120 dias imediatamente a seguir ao parto, o pai (trabalhador) beneficia deste mesmo direito.
A divisão da licença com o pai, parece-me um passo importante para a igualdade de oportunidades. E poderá trazer algumas vantagens. A mãe poderá vir mais cedo para o trabalho, dando-le a oportunidade de se voltar a inserir no meio profissional mais cedo, não perdendo a sua vantagem competitiva (quando esta estiver em causa). Assim, o pai será chamado a uma maior participação, dando-lhe uma maior interacção estabelecem-se laços e solidifica-se a união familiar.
A partilha da licença terá uma limitação das 6 semanas obrigatórias para a mãe após o parto(sempre que possível).
"Caro Pai
O meu nome é Gonçalo Coelho, sou aluno do 5º ano do curso de Psicologia (área Clínica) no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em Lisboa. Estou neste momento a terminar a minha monografia de final de curso, cujo tema é "O Pai na gravidez e no puerpério". A supervisão do meu trabalho está a cargo do Mestre Luís Sousa Ribeiro.
Venho por este meio solicitar a sua colaboração num estudo que estou a realizar sobre a experiência de ser pai, mais concretamente, sobre a experiência que o homem vive durante a gravidez e os primeiros meses de vida do(a) filho(a). Sem dúvida que a mãe tem uma relação privilegiada com o bebé, mas a posição do pai não tem vindo a merecer o mesmo destaque na comunidade científica, nem social, sendo muitas vezes esquecida. Como reage durante os acontecimentos próprios da gravidez? Como vive a unidade simbiótica mãe-feto? Que comportamentos são de esperar após o nascimento do(a) filho(a)? A relação com a mulher ficará diferente?.... Trata-se de uma área pouco estudada da Psicologia até hoje, pelo que a sua participação será de enorme valor!
Assim, a sua participação corresponderá ao preenchimento de 2 breves questionários sobre o assunto já referido (em média, demoram cerca de 10min. a preencher). Caso o pai esteja interessado em participar, contacte-me através de monografia_pai@hotmail.com dando nota da sua intenção em colaborar. Após receber a sua resposta afirmativa, enviar-lhe-ei os questionários que deverá preencher e reenviar-me depois de preenchidos.
O pai que pretendo incluir na amostra do meu estudo deverá ter um filho com um máximo de 14 meses de idade e estar a viver com a sua mulher. Portanto, faço um pedido especial de colaboração a pais que tenham filho(a) com idade entre o mês e os 14 meses, e que vivam em situação de co-habitação com a mulher.
Nota: Como estudo científico que é, todos os dados recolhidos são confidenciais e anónimos.
Sem outro assunto, e certo da sua colaboração, desde já lhe agradeço
Gonçalo Coelho"«A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que termina na terça-feira (7), tem neste ano como principal slogan "Amamentação na Primeira Hora, Proteção sem Demora". Especialistas afirmam que a prática, ainda pouco difundida no Brasil, traz benefícios à criança e à mãe
Ricardo Jones
A entrada da tecnologia nas nossas vidas, a partir do século XVII, acabou atingindo até os nossos ciclos e processos biológicos. O uso indiscriminado de drogas (legais e ilegais) é mais um dos reflexos de uma cultura que acredita estar a saúde "fora do corpo", e magicamente acondicionada em drágeas, pílulas, comprimidos e injeções. Esta modificação na forma como compreendemos a busca pelo equilíbrio (de um modelo interno, para um modelo externo) produz repercussões em toda a sociedade. Nas sociedades ocidentais contemporâneas a "saúde" e o "bem-estar" são vendidos como produtos, alienando o indivíduo de sua busca pessoal e responsabilização.
As mulheres, historicamente entendidas como possuidoras de organismos defectivos, foram as mais atingidas. No que tange ao nascimento humano vemos hoje em dia uma clara sinalização sobre os perigos do excesso de artificialização da vida. O aumento das cesarianas é um bom exemplo deste exagero. Esta que deveria ser uma cirurgia salvadora acabou sendo banalizada ao extremo, e um percentual muito grande de mulheres acaba optando pela sua realização sem uma noção exata dos riscos a ela associados. Sabemos que no México temos índices de nascimentos cirúrgicos da ordem de 50%, assim como no Chile, Coréia e China. No Brasil a incidência desta cirurgia já superou a marca de 42% (1), e nos Estados Unidos já temos mais de 30% das mulheres se submetendo a este procedimento cirúrgico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que não mais de 10 a 15% dos partos podem terminar em uma cirurgia de grande porte como a cesariana. Existe, portanto, um claro abuso na indicação desta cirurgia e esse número acima do razoável não se relaciona com necessidades de caráter médico. Incrivelmente, num mundo em que os indicadores de saúde melhoram em função do incremento nas condições sociais, a mortalidade materna aumentou nos últimos anos nos Estados Unidos, principalmente às custas do aumento de cesarianas naquele país (2).
A sociedade civil organizada está se dando conta de que o modelo tecnocrático existente não está mais oferecendo a qualidade de saúde que as mulheres exigem, e se une, através das múltiplas formas de representatividade, para discutir o destino do nascimento no nosso país. É desse caldo social e cultural que surgem as organizações de mulheres, de profissionais, governamentais e a própria mídia para impulsionar as mudanças que a sociedade exige no que tange à segurança para mães e bebês.
Humanizando o nascimento
"Humanizar o nascimento é restituir o lugar de protagonista à mulher".
Humanizar a chegada de um novo ser ao mundo baseia-se na idéia de que ele deve ser tratado com carinho e ser bem recebido desde o início, além de oferecer à mulher o controle do processo. A metáfora da"festa" se presta para este momento: se vocêfosse receber um filho seu que passou muitos anos fora de casa, prepararia uma festaem que ele pudesse ser recebido com afeto e consideração. No parto, a mesma situação.A transformação do parto em um acontecimento social em evento médico é um processo cujas conseqüências ainda não foram completamente entendidas. Os humanistas do nascimento acreditam que a fisiologia das mulheres é absolutamente capaz de dar conta dos desafios a ela impostos. Partimos da pressuposição básica de confiança e otimismo. Acreditamos no processo evolutivo como depurador e impulsionador de transformações lentas e gradativas na natureza. "Somos caminhantes dos milênios e temos nossas pegadas marcadas na poeira das galáxias infinitas", no dizer de Maximilian (3).
O parto humano foi forjado nesse grande laboratório de aprimoramento que é o processo evolutivo e sua dinâmica, e não pode ser melhorado através de equipamentos, drogas ou cirurgias. Nossa função como cuidadores da saúde é observar os casos em que existe uma "fuga da fisiologia" na direção perigosa da patologia. Nesse caso, poderemos com toda a confiança e cuidadousar a nossa arte e nossa tecnologia para salvar tanto mães quanto bebês. Entretanto, o que vemos todos os dias é um abuso das cirurgias, fruto de uma desconsideração das capacidades da mulher, como seela fosse sempre entendida como incapaz, defectiva, frágil e incompetente para darconta de uma tarefa milenar como a de colocar seus filhos neste mundo. Usamos abusivamente a tecnologia, e nos baseamos numa crença preconceituosa em relação à mulher: "A tecnologia é mais segura do que as mulheres para dar conta do nascimento". Isso é comprovadamente falso. Por estas questões marcadamente filosóficas, a Humanização do Nascimento é também uma questão de gênero, porque a matriz desta visão distorcida é uma postura de descrédito paracom a mulher e sua fisiologia. O projeto global de Humanização do Nascimento é uma forma de colocar a mulher numa posição de destaque, valorizando seu corpo e sua função social e oferecendo-lhe o protagonismo de seus partos.»