«Os riscos de uma gravidez tardia
Se uma vida mais estável permite encarar a gravidez com mais serenidade, há que analisar os riscos que esta decisão acarreta. De facto, uma gravidez tardia implica riscos tanto para a mulher como para o feto.
«O maior risco é não conseguir engravidar. A partir dos 40 anos a fertilidade da mulher diminui», explica Teresinha Simões, ginecologista da Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC), que alerta «para o aumento da taxa de aborto, que pode chegar aos 90%».
«A gravidez na quarta década pode ainda agravar problemas preexistentes, como a probabilidade de cancro da mama, a hipertensão ou problemas de circulação», assinala Teresinha Simões.
No feto, há um aumento da probabilidade de se verificarem anomalias cromossomáticas.
«A taxa de mongolismo, por exemplo, é maior em crianças de mulheres que engravidaram depois dos 40 anos», sublinha a mesma ginecologista.
«A vigilância tem de ser mais apertada, pois verifica-se também um maior risco de existência de miomas na mulher e um maior risco de o bebé não se encontrar na posição correcta para o nascimento, por exemplo», acrescenta a médica.
Assim, além das três ecografias que normalmente se realizam – na 12.ª semana, entre as 20.ª e 22.ª semanas e no final da gravidez, entre as 32.ª e 34.ª semanas –, na 17.ª semana deve realizar-se o exame de amniocentese, cujo objectivo é despistar o mongolismo, consistindo em recolher líquido amniótico para análise cromossómica.
Entre os riscos de uma gravidez tardia regista-se, ainda, uma maior percentagem de partos por cesariana, sobretudo à medida que a idade vai avançando.
Nas mulheres a partir dos 45 anos, há 75% de probabilidades de o parto se realizar por cesariana, contra 55% nas mulheres com 40 anos e contra 30% nas mulheres entre os 25 e os 35 anos.
Mas, de acordo com a mesma especialista, «estes bebés são considerados “de ouro”, pela ansiedade com que normalmente são esperados pela mulher e pelas probabilidades acrescidas de existência de problemas».
A atitude materna também é diferente. De tal forma «que muitos pediatras dizem que são crianças mal-educadas, devido aos mimos que lhes são concedidos», afirma Teresinha Simões.
Acontece que a mãe acaba por ter mais disponibilidade para os filhos, mais paciência para as birras, brincadeiras, teimosias próprias das crianças, sendo um pouco mais benevolentes em relação às suas vontades.
Esta disponibilidade advém não só da idade, mas também da estabilidade socioprofissional e económica de que auferem neste período da vida.
«A mãe depois dos 40 anos é mais permissiva e confunde muitas vezes o papel de mãe e de avó» diz a ginecologista.»
Fonte: O Eco
Link:http://www.oeco.pt/index.php?lop=conteudo&op=8bf1211fd4b7b94528899de0a43b9fb3&id=0ae7b3a91ddd6335899134fbdf2587cb
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