terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apenas 38 casais encaminhados para o privado


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Já se passaram quase seis meses depois do “encaminhamento imediato” para centros privados de casais inférteis que aguardam por tratamento nos serviços públicos, no entanto apenas 38 foram encaminhados para centros em Lisboa, onde a lista de espera é maior.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

A medida foi anunciada a 20 de Abril pela ministra da Saúde, Ana Jorge, que também anunciou o aumento da comparticipação dos medicamentos para estes tratamentos.

Na altura, a ministra disse que o encaminhamento para o privado dos casais que aguardam há mais de um ano por um tratamento nos serviços públicos seria “imediato”.

Contudo, só dois meses depois é que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) anunciou que o encaminhamento na região iria avançar em Julho, resultando dos protocolos assinados entre a Administração, o British Hospital e o Instituto Valenciano de Infertilidad.

Segundo a ministra da Saúde, existem 2800 casais inférteis em lista de espera em todo o país, sendo as situações mais graves na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Sul, porque apenas existem duas instituições públicas (Maternidade Alfredo da Costa e Hospital de Santa Maria) para dar resposta a estes casos.

A Lusa contactou os dois centros privados e, até ao momento, foram encaminhados 38 casais.

O centro de reprodução do British Hospital começou a receber casais no dia 03 de Agosto, provenientes da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e no dia 09 de Setembro do Hospital Santa Maria.

A Maternidade Alfredo da Costa encaminhou 23 casais, enquanto o Hospital Santa Maria encaminhou oito.

O centro de reprodução do British Hospital propôs-se receber semanalmente nove casais provenientes do sector público.

O Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) recebeu, até agora, oito casais, provenientes da Maternidade Alfredo da Costa e do Hospital Santa Maria.

O IVI conta que, no próximo ano, “com o gradual licenciamento de outros Centros de PMA na região de Lisboa, o natural será que cada clínica, independentemente da sua disponibilidade, acabe por receber um número relativamente baixo de casais”.

Para a Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), o número de casais encaminhados fica “muito aquém das necessidades dos casais que precisam de um tratamento de infertilidade”.

Em declarações à Lusa, Filomena Gonçalves disse ter conhecimento de “poucas dezenas” de casais que foram encaminhados do público para o privado e receia que a medida não tenha passado “de um anúncio político”.

“Continuamos a assistir ao adiamento da concretização desta medida e não percebemos que as acções na área da PMA demorem tanto a dar frutos”, disse.

Da informação que chega à associação através dos casais inférteis associados, Filomena Gonçalves destaca o “desespero em que alguns vivem”.

“Os casais andam de esperança em esperança, atrás de anúncios que nunca dão em nada”, lamenta esta dirigente da API.»


Fonte:Destak

Link:http://www.destak.pt/artigo/41570

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