quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A elevação durante a gravidez pode afetar as crianças


«Um novo estudo, publicado na revista Lancet sugere que as crianças cujas mães que tinham o colesterol elevado durante a gravidez tem uma tendência a apresentar uma quantidade de gorduras aumentada em suas artérias.

Pacientes normais, com elevação do colesterol, podem ser tratadas com drogas que o reduzam; tais medicamentos, entretanto, não podem ser usados durante a gravidez. O Dr. Claudio Napoli e seus colaboradores, da Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, e também da Itália, haviam demonstrado previamente que estrias gordurosas, que são pequenas manchas superficiais de colesterol depositadas no interior das artérias de fetos causadas pelo acúmulo de colesterol, podem se transformar em verdadeiras lesões ateroscleróticas nas crianças.

Neste trabalho atual, os autores demonstram a progressão destas lesões. O estudo denomina-se Fate of Early Lesions in Children (FELIC).Os autores estudaram 156 crianças com até 13 anos de idade, que haviam morrido de outras causas que não cardíacas. Cerca de um terço das mães destas crianças apresentavam elevação do colesterol durante a gravidez. Foram estudados cortes da aorta destas crianças, em sua porção torácica e abdominal. Para medir as estrias gordurosas, os autores usaram técnicas de digitalização de imagem.

As estrias gordurosas foram mais numerosas em crianças de menos de 3 anos de idade, e cujas mães apresentavam hipercolesterolemia durante a gestação. Estas lesões eram, entretanto, uma média de 64% menores do que aquelas encontradas previamente nas aortas de fetos correspondentes, o que sugere que estas lesões possam diminuir após o nascimento.A progressão das lesões foi mais rápida em crianças nascidas de mães com aumento do colesterol do que em crianças nascidas de mães com colesterol normal.

Estes achados sugerem que a "hipercolesterolemia materna durante a gravidez induz a alterações na aorta do feto, que por sua vez determinam a susceptibilidade a longo prazo das crianças às estrias gordurosas e aterosclerose subsequente".Nos dois grupos de crianças (mães com colesterol alto e com colesterol normal durante a gestação), o tamanho das lesões de colesterol aumentou com o passar dos anos, mas no grupo de crianças com mães com colesterol elevado a evolução deste aumento foi muito mais rápida.

Os autores concluem que as intervenções para se reduzir os níveis de colesterol durante a gravidez podem diminuir a aterogênese (Nota - formação de placas de aterosclerose) nas crianças.»

Fonte:Maracaju
Link:http://www.maracaju.news.com.br/ultimasnoticias/view.htm?id=93317

Governo cria subsídio social de maternidade


«Prestação dura quatro meses e é de 325 euros mensais. As mães que não tiveram uma carreira contributiva, ou seja, que nunca descontaram para a Segurança Social, vão passar a receber na mesma subsídio de maternidade. (...)

A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, no debate quinzenal que decorre no Parlamento e faz parte de um pacote de três medidas de âmbito social, destinadas a reduzir o risco de pobreza no País.

«O novo subsídio social de maternidade destina-se a mães sem carreira contributiva e por isso sem acesso ao subsídio de maternidade», disse José Sócrates.

A atribuição desta prestação vai estar condicionada aos recursos de que as mães dispuserem, já que a medida se destina apenas às mais carenciadas.

O valor do subsídio, que terá uma duração de quatro meses (após o parto), será de 325 euros mensais.

De referir que esta medida entra em vigor em Abril.»

Fonte: Portugal Diário
Link:http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=909753&div_id=291

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«Um aumento de 20% no abono de famílias mono-parentais, que são aquelas que estão «em maior risco de pobreza», foi outra medida apresentada pelo Primeiro-ministro.»

Fonte: TVI
Link: http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=909881

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Hospital de São João inaugura bloco para partos naturais


«O Hospital de São João, no Porto, disponibiliza às grávidas, a partir de sexta-feira, um bloco para partos naturais onde algumas «velhas práticas» foram abolidas e se dá tempo ao tempo para nascer.

Os partos induzidos, as anestesias, as tricotomias (rapagem dos pêlos púbicos) e os clisteres estão excluídos do novo bloco, pensado para as grávidas sem pressa, que ali vão poder recorrer à hidroterapia, à música e a exercícios de relaxamento para darem à luz tranquilamente.

Na nova estrutura, a grávida pode escolher a posição que lhe é mais conveniente para dar à luz e praticar exercícios com a bola e a corda de parto.

«A bola permite que a mulher se sente sobre ela e oscile, relaxando a zona pélvica, e a corda, suspensa num ponto alto da sala de partos, pode ser usada para fazer força», explicou Diogo Ayres de Campos, médico responsável pelo bloco de partos, à agência Lusa.

A episiotomia (corte do períneo, uma área muscular localizada entre a vagina e o ânus, para facilitar a expulsão do bebé) «só será realizada nos casos em que for realmente necessária», sublinhou ainda Diogo Campos, que se congratulou por a taxa desta intervenção no Hospital «ser actualmente de 54 por cento, quando era de 87 por cento há três anos».

«O soro, que costuma ser colocado à grávida assim que esta entra no hospital, também deixa de ser rotina, e a futura mãe vai poder circular num ambiente familiar, sem a presença de estranhos, além de ter à sua disposição chuveiro e banheira com hidromassagem», contou o clínico do Hospital de São João.

Mas apesar de a água ser um recurso para o relaxamento e o amenizar das dores da grávida, o médico do São João exclui a possibilidade de os partos ocorrerem no meio aquático.

«Como são conhecidos casos de complicações em bebés que nasceram neste meio, só faremos partos na água quando houver indicações de que são pelo menos tão seguros como os realizados em ambiente normal», declarou Diogo Ayres de Campos à Lusa, acrescentando que «o parto na água não é um parto natural».

«Parir na água não é um instinto ou uma tendência natural da mulher», sublinhou o responsável, segundo o qual «o trabalho de parto na água é pacífico, a expulsão do bebé é que é controversa».

A realização do parto fora do ambiente hospitalar também é encarada com renitência por Diogo Campos, segundo quem «em Portugal não existe uma estrutura montada para apoiar esse tipo de nascimento, ao contrário do que sucede em países como a Holanda», onde apenas as gravidezes de risco têm acompanhamento hospitalar.

Apesar de considerar que o país «não está preparado nem tem tradição de partos em casa», o médico reconhece que os enfermeiros obstetras (vulgo parteiros) «podem orientar os partos de baixo risco», devendo «dispor de mais autonomia», um aspecto que «está bem estipulado na lei europeia mas pouco claro na legislação nacional».

Diogo Ayres de Campos revelou-se ainda favorável à criação de casas ou centros de parto, uma vez que Portugal ainda não dispõe de nenhuma estrutura deste tipo.

Para o médico, os centros de parto representam «o equilíbrio ideal entre a casa e o hospital» e, «se são uma solução em muitos países europeus, não há razão para não resultarem em Portugal».»

Fonte: Diário Digital / Lusa

Link:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=316146

Investigador descobre forma de ajudar futuros pais


«Traçou perfil genético de deficiência dos glóbulos vermelhos que pode causar malformações no feto

Um investigador da Universidade de Coimbra traçou o perfil genético de uma deficiência enzimática do glóbulo vermelho, susceptível de provocar malformações no feto, possibilitando o aconselhamento de casais que pretendam ter filhos e o diagnóstico pré-natal, refere a Lusa.

Logo que é diagnosticado um caso na família e realizados o diagnóstico molecular e o diagnóstico pré-natal, através dos seus resultados é possível fazer o aconselhamento genético dos casais que pretendem ter filhos, explicou o cientista Licínio Manco, do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Segundo o investigador, estes testes «são absolutamente fiáveis» e têm vindo a ser realizados em colaboração com o Departamento de Hematologia do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE, considerado um laboratório de Referência Nacional e Internacional, dirigido por Letícia Ribeiro, refere uma nota do gabinete de imprensa da FCTUC.

Licínio Manco adiantou que tem vindo a ser solicitado do estrangeiro para realizar estes diagnósticos em famílias com suspeitas deste tipo de deficiências, em particular de Espanha, mas também da Bélgica, e recentemente da Austrália.

De acordo com o gabinete de imprensa da FCTUC, o estudo, que se desenvolve há uma década, incide sobre uma «deficiência enzimática causadora de anemias hemolíticas (devido à destruição dos glóbulos vermelhos) com consequências clínicas que poderão variar entre a anemia moderada e uma anemia neonatal grave, dependente de transfusões, que, em casos extremos, pode levar à morte do recém-nascido».

Realça que, com o perfil genético da deficiência estabelecido e as mutações identificadas, «é possível realizar estudos familiares e fazer o aconselhamento genético dos casais que pretendam ter filhos, isto é, avaliar, com rigor, a probabilidade de os descendentes apresentarem as formas graves da patologia».»

Fonte:Portugal Diário

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Novos Eventos





"1ª Expo Mamã e Bebé"


Podem consultar os novos eventos em http://eventos-gravidez.blogspot.com/ ou carregando no menu em cima.

Homens também têm problemas de fertilidade


«A infertilidade é um fator que atinge mais de 10% das pessoas entre 25 e 45 anos no mundo inteiro

Para muitos, o fato de não dar à luz um bebê é motivo de frustração profunda e até mesmo de crises conjugais. A desinformação ainda leva muitas pessoas a atribuírem às mulheres a "culpa" por não poder fazer a família crescer. Desconhecem que os homens podem apresentar problemas na mesma proporção que suas parceiras.

"A infertilidade não é causada exclusivamente por um problema na mulher ou no homem. Os motivos que costumam dificultar uma gravidez normalmente se referem a homens e mulheres em partes iguais, isto é, 40% associados a eles, 40% a elas e 20% ao casal", afirma a ginecologista especializada em Medicina Reprodutiva Silvana Chedid.

Segundo a médica, infertilidade significa dificuldade de se obter gestação após, pelo menos, um ano de manutenção de relações sexuais regulares, sem uso de métodos anticoncepcionais. "O homem pode ser investigado de maneira simples e quase sempre concentrada em um único exame: o espermograma. Ele avalia o número e a qualidade dos espermatozóides. Já no caso da mulher, a investigação é um pouco mais ampla. Os exames fundamentais são: dosagens hormonais, ultra-sonografia transvaginal, e histerossalpingografia", diz Silvana.

Em alguns casos, afirma a especialista, podem ser necessários exames um pouco mais sofisticados, como vídeo histeroscopia (para avaliação da cavidade uterina) e vídeo laparoscopia. "Quando o casal demora a buscar ajuda especializada e chega a um ponto de crise, é necessário, também, todo um acompanhamento psicológico. Afinal, o equilíbrio emocional é fator determinante no sucesso do tratamento".»

Fonte:Guarulhos
Link:http://guarulhosweb.locaweb.com.br/detalhe.asp?nrnotici=12586

Graças à pílula, 100 mil mortes por câncer de ovário foram evitadas

«PARIS (AFP) — A pílula contraceptiva permitiu a prevenção de 100.000 mortes de câncer de ovário no mundo desde sua introdução, há quase meio século, afirmou um estudo a ser publicado na edição de sábado do semanário médico britânico The Lancet.

Para chegar a esta estimativa, o professor Valerie Beral (Oxford, Reino Unido) e seus colegas de um grupo de colaboradores destinado a estudar este tipo de câncer analisaram, numa primeira etapa, 45 estudos epidemiológicos sobre o câncer ovariano oriundos de 21 países. Estas pesquisas prévias incluíam 23.257 mulheres atingidas pelo câncer ovariano e 87.303 sadias.

"Durante as próximas décadas, pelo menos 30.000 casos suplementares de câncer ovariano provavelmente serão evitados por ano em razão da utilização da pílula em 2002, dos quais 80 milhões em países em desenvolvimento", acrescentam os autores.

Os contraceptivos orais são comumente relacionados ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como mama e colo do útero. Mas, ao mesmo tempo, têm um efeito considerado protetor para outros, como os de ovários, útero e o colo-retal, lembram os especialistas canadenses do Lancet.

Este artigo confirma o caráter protetor dos contraceptivos orais com relação ao câncer de ovário, de maneira "impressionante" e sem deixar nenhuma dúvida, ressalta o editorial do The Lancet. O estudo mostra ainda que as vantagens protetoras persistem por anos.

"Os benefícios dos contraceptivos orais contra o câncer de ovário independem de sua composição", afirma o Lancet. Ao lembrar que as contra-indicações (problemas cardíacos ou hepáticos, tromboses, dentre outros) dos anticoncepcionais, os autores do estudo ressaltam que os benefícios trazidos pelas pílulas superam seus riscos.

Estes trabalhos foram financiados pela associação britânica, Cancer Research UK.»

Fonte: AFP
Link:http://afp.google.com/article/ALeqM5i0pG6Iurm-G3-QNGyz-yNCJ9jOEQ

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Médicos humanizam cesarianas para torná-las menos traumáticas


«FLÁVIA MANTOVANIda Folha de S.Paulo

A notícia de que sua primeira filha, Alyssa, teria de nascer por cesariana deixou a professora Kety Chen, 37, frustrada. Adepta do parto normal, ela havia escolhido um obstetra conhecido por fazer partos humanizados --o mesmo que acompanhara sua irmã em um parto domiciliar. "Tentei o parto natural até o último momento. Quando vi que não ia dar, fiquei triste", conta ela, que tinha placenta prévia (recobrindo o colo do útero) e um mioma na região.

Na sala de operações, no entanto, tudo foi feito para dar ao momento um caráter sublime, mais condizente com um nascimento do que com a frieza que normalmente impera em cirurgias. A luz foi apagada, ficando apenas um foco no abdômen --e evitando que fosse direto nos olhos do bebê. Entre os membros da equipe, não havia outras conversas --a única voz era a do obstetra narrando o que acontecia para a mãe.

O bebê foi retirado calmamente e de modo a simular as condições de um parto normal, com seu pulmão sendo comprimido de forma semelhante à que ocorre no canal vaginal --o que ajuda a eliminar o líquido amniótico.

Logo que Alyssa nasceu, o pano suspenso sobre um arco (campo cirúrgico), que separa a cabeça da paciente do resto do corpo, foi parcialmente rebaixado e a menina, com o cordão umbilical ainda pulsando, foi colocada em contato com a mãe. "Desabei a chorar", conta Kety.

Em seguida, em vez de ir direto para o berçário, a recém-nascida recebeu do pai o primeiro banho, em um mini-ofurô. Meia hora após sair da barriga, já estava mamando. "Foi tão tranqüilo... Há partos em que a criança nasce e fica berrando. Ela ficou em silêncio. Até hoje, com dois meses, é muito tranqüila", diz a mãe. O médico de Kety, o obstetra Jorge Kuhn, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que pequenos gestos, como enxugar a criança com suavidade e retirá-la aos poucos do útero podem tornar o parto menos traumático. "Na cesariana, o bebê passa do ambiente intra-uterino para o externo de forma muito brusca. Prefiro fazer o procedimento mais lentamente. Não é igual a um parto normal, que é o ideal, mas é possível simular as condições."

"Cesariana natural"

Na Inglaterra, o obstetra Nicholas Fisk ganhou recentemente os holofotes ao criar um procedimento batizado por ele de "cesariana natural". No método, o campo cirúrgico é rebaixado e a cabeceira da cama é levantada, para que a mãe veja o bebê saindo do útero.

Após a retirada da cabeça, o médico deixa a criança mais um tempo no ventre, para que seu peito seja apertado pelo útero e libere o líquido que entrou nos pulmões --é o que ele chama de reanimação fisiológica.

Ao nascer, o bebê vai para o peito da mãe. "Na cesárea convencional, ele vai imediatamente para o berço de reanimação para o pediatra dar a ele oxigênio, pesá-lo, colocar a identificação, fazer testes... Não há necessidade de fazer isso nessa hora", disse à Folha o médico, hoje diretor do Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de Queensland, na Austrália. Ele ressalta que o método só pode ser usado em cesarianas de rotina, quando não há risco para a mãe e o bebê está bem.

Para Fisk, o conceito da "cesariana natural" deve ser dissociado do julgamento sobre se a cesárea é boa ou ruim. "É uma resposta ao fato de o índice de cesáreas estar muito alto. Do jeito como são feitas, é como se as mães estivessem tirando o apêndice, e não tendo um filho. Esforçamo-nos tanto para fazer as mulheres aproveitarem o parto vaginal, por que não fazemos com que elas aproveitem também as cesarianas?", questiona.

No Brasil, o obstetra Cláudio Basbaum, do Hospital São Luiz, em São Paulo, adota várias dessas práticas há mais de 30 anos. Pioneiro no país no parto Leboyer --criado pelo obstetra francês Frédérik Leboyer, partidário da filosofia do nascimento sem violência--, Basbaum diz que adaptou à cesariana os princípios aplicados pelo médico no parto normal. "Quis contemplar as mães e as crianças que estavam sendo alijadas de seus direitos de parir e de nascer de forma natural", diz.

Ele conta que retira a criança de forma progressiva e pausada: primeiro a cabeça, depois os ombros, em seguida o tronco, os quadris e as pernas. "No parto vaginal, as contrações fazem a expulsão fetal de forma paulatina. Na cesárea, é importante evitar a sensação de separação brusca, quando se faz uma tração da criança como um objeto, criando nela uma angústia pela perda brusca de limites." Segundo ele, assim os bebês choram menos, têm menos contraturas e ficam mais calmos. "Muitos dormem ao chegar nas minhas mãos."

Ele só discorda de que as mães queiram ver o bebê saindo do ventre. "Acho que é um ato cirúrgico impactante, que pode até quebrar a emoção." Para o obstetra Eduardo Cordioli, coordenador da maternidade do hospital Albert Einstein, em São Paulo, o principal problema está em rebaixar o campo cirúrgico. "Ele está lá para evitar infecções. A gente cobre a mãe para evitar, por exemplo, que ela tussa na cirurgia e contamine o corte."

Já o obstetra Carlos Roberto Borsatto, gestor do setor materno-infantil do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, deixa a cobertura rebaixada. "Caso contrário, a paciente fica desconfortável, olha para o teto. É desigual: o pai circula e vê tudo e a mãe não vê nada."

Ele afirma que não há perigo de contaminação. "Há anos, quando o vilão do ato cirúrgico era a infecção, fazia sentido. Hoje todo hospital tem controle de infecção. O campo funciona mais como uma barreira mecânica, para a mãe não pôr a mão. Mas, como ela fica lúcida, é só conversar com ela. É desnecessário", afirma.

O obstetra Jorge Kuhn aplica o mesmo raciocínio a outro hábito que ele acha desnecessário: o de conter as mãos da mulher para ela não levar o braço ao local da cirurgia. "Busco deixar os braços livres. Como a mulher está consciente, basta explicar."

Paciente de Carlos Borsatto, a professora Cláudia Gabionetta, 39, gostou de ver a retirada do filho, Henrique, hoje com seis anos. "Ver o nenê saindo de dentro de você é uma emoção indescritível. A gente chora, ri, tudo ao mesmo tempo", conta. Grávida novamente de nove meses, ela quer tentar ter parto normal, mas, se não conseguir, vai repetir a experiência da cesariana humanizada. "Não puxam o bebê com rapidez, não cortam o cordão abruptamente, trazem o bebê rapidinho para mim... Não traumatiza."

Para o obstetra Thomas Gollop, também do Albert Einstein, a proposta de rebaixar o campo cirúrgico é interessante, mas não deveria virar um modismo. "Isso exige muito treino da equipe e cuidado da mãe para não colocar a mão por reflexo e contaminar a cirurgia. Uma solução intermediária seria usar uma câmera para a mãe acompanhar ao vivo", propõe.

Ana Cristina Duarte, doula (acompanhante de parto) do Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa), recorre à ajuda de um espelho. "Algumas mulheres não querem, mas, para a maioria, é interessante ver a cabecinha saindo. É a oportunidade de testemunhar o nascimento", diz ela, que não considera o termo cesariana "natural" adequado. "Poderia chamar de suave, doce... Mas é uma cirurgia. Natural não é."

Contato precoce

Das práticas citadas acima, uma unanimidade entre os médicos consultados é a importância da amamentação do bebê na primeira hora de vida. O colostro (primeiro leite da mãe) é rico em anticorpos, que ajudam a proteger o bebê de infecções. "Antes, a paciente olhava, passava a mão, tirava uma foto e a criança ia para o berçário. A família via o bebê antes da mãe. Hoje, a criança vai direto para o peito da mãe, ouve a voz dela, sente sua respiração. Estudos mostram que isso diminui o tempo de permanência no berçário, melhora a drenagem do leite da mama e reduz o índice de cólicas", afirma o obstetra Alberto d'Auria, coordenador da maternidade do Hospital São Luiz. Pesquisas mostram que o hábito ajuda ainda na criação do vínculo afetivo e facilita na recuperação da mulher.

Mãe de Constanza, 3, Lavínia, 2, e Martino, de seis meses, a professora de artes Gabriela de Laquila Quintale, 33, sentiu a diferença de ficar logo com o bebê. "Nos dois primeiros partos, eles deram aquela mostradinha básica, um beijinho no rosto e acabou. Só fui ver minhas filhas muito tempo depois. Já o Martino pôde mamar logo após nascer. Fiquei um tempão com ele no colo", diz.

Ela conta que, diferentemente do que ocorreu nos outros dois partos, o clima da sala de cirurgia foi leve, o que a ajudou a superar a frustração de não ter conseguido, mais uma vez, ter um parto normal. "Todo mundo ficou do meu lado, me explicou tudo, recebi massagem nas costas antes da anestesia. Não parece que é um açougue e vão te passar a faca. Até a recuperação foi tranqüila", conta. Já Kety Chen, a professora que passou pelo parto descrito no início do texto, diz que o pós-cirúrgico não foi nada fácil. "Tive uma recuperação considerada melhor do que a média e, mesmo assim, foi muito difícil. Não sei como há mulheres que optam por isso sem necessidade."

Brasil é campeão de cesarianas

No Brasil, é altíssimo o índice de cesarianas: 80% dos partos realizados via planos de saúde são feitos dessa maneira, o que torna o país, nesse setor, o campeão mundial na proporção de cesáreas. No sistema público de saúde nacional, o índice é bem mais baixo: 26%. Mesmo assim, está acima dos 15% recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

No mês passado, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) lançou um documento como parte de um movimento em favor do parto normal no qual ressalta que, quando feita sem uma indicação médica precisa, a cesariana aumenta os riscos de complicações e de morte para a mulher e para o recém-nascido. "Não raro, as cesarianas são agendadas antes de a mulher entrar em trabalho de parto, aumentando a chance de o bebê ser retirado do útero ainda prematuro, já que é impreciso o cálculo da idade gestacional feito antes do parto", afirma o texto. »

Fonte: Folha de S. Paulo
Link:http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u366627.shtml

Cólo do Útero: Lançado alerta sobre vacina Gardasil

«A autoridade que fiscaliza os medicamentos na União Europeia emitiu hoje um alerta sobre a Gardasil, uma vacina contra o cancro do colo do útero, devido à morte súbita de duas mulheres que a tomaram.

De acordo com uma nota do Infarmed, a autoridade que regula o mercado dos medicamentos em Portugal, não foi encontrada, no entanto, qualquer relação entre o medicamento e os falecimentos.

As mulheres, ambas jovens, faleceram na Alemanha e na Áustria e tomavam a vacina Gardasil, que previne doenças causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV), incluindo o cancro do colo do útero, refere o comunicado da Infarmed, que cita o seu congénere europeu, a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA).

As estimativas apontam para que 1,5 milhões de mulheres tenham tomado esta vacina em toda a Europa.
Nos dois casos apontados, desconhecem-se ainda as causas das mortes, mas «não foi estabelecida uma relação causal entre a morte das mulheres jovens e administração de Gardasil», refere o comunicado do INFARMED.

Perante esta realidade, o Comité Científico de Medicamentos de Uso Humano da EMEA é da «opinião que o benefício do Gardasil continua ser superior ao risco e que não é necessário alterar a informação sobre o medicamento» contida no folheto que o acompanha (bula).
Em Portugal, cerca de 19 mil mulheres tomaram no último ano aquela vacina, tendo gasto mais de nove milhões de euros na compra do medicamento, segundo fonte laboratorial.

O Governo português prevê ainda começar em Setembro próximo, no início do ano lectivo, iniciar a vacinação gratuita de 55 mil raparigas de 13 anos.
Diário Digital / Lusa »

Fonte:Diário Digital
Link:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=315408

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Freguesia de S. Sebastião aposta na saúde


«A Junta de Freguesia de S. Sebastião celebrou protocolos com a Escola Superior de Saúde que prevê o desenvolvimento de acções que melhora a qualidade de vida dos munícipes.

O projecto “Mamã, Papá vou Nascer!” vai decorrer neste ano lectivo no âmbito do protocolo estabelecido entre a Junta de Freguesia de São Sebastião e a Área Disciplinar de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde (ESS).

Trata-se de um programa de suporte parental, que tem como finalidade central minimizar/prevenir a ocorrência de problemas resultantes da gravidez no período pré e pós parto e consequentemente promover a saúde e qualidade de vida dos pais e bebés.

Este programa será desenvolvido por Fisioterapeutas, estudantes do 2º Ciclo da Escola Superior de Saúde - com a orientação de um docente - e terá inicio a partir de Janeiro de 2008 dirigindo-se a grávidas, entre o 4º e o 8º mês de gestação e respectivos companheiros.

Dentro dos temas a abordar destaca-se a prevenção da dor lombar (dor lombar), incontinência urinária (perdas de urina), nutrição, desenvolvimento do bebé, entre muitos outros
A Junta de Freguesia de S. Sebastião celebrou com a mesma escola outro protocolo que visa a promoção de saúde do idoso. O projecto intitulado “Passo a Passo com Segurança”, é desenvolvido por quatro fisioterapeutas, alunas da ESS, e pretende prevenir ocorrência de quedas na população idosa. O projecto é dirigido à população idosa, com idade igual ou superior a 65 anos, residente na área da Freguesia de São Sebastião.

O projecto consistirá num programa que inclui palestras, em que serão abordados temas como a importância da prevenção das quedas, os factores de risco, os benefícios do exercício físico e classes de movimento. Terá a duração de 12 semanas e o início será em Março.
O terceiro protocolo destina-se a promover o “Programa 65+”, tendo em vista a promoção e protecção da saúde, da responsabilidade de cinco Fisioterapeutas, estudantes da Escola Superior de Saúde.

Este será dirigido à população com mais de 65 anos pertencente ao concelho de Setúbal, entre os meses de Janeiro e Maio com duas a três sessões semanais. Através de classes de movimento, de actividades lúdicas - dança, actividades ao ar livre e caminhadas - e sessões de esclarecimento será alcançado o principal objectivo de melhorar e/ou manter a funcionalidade e qualidade de vida dos idosos.»

Fonte:Setubalense

Câmara de Vila do Bispo vai construir duas creches e um lar de idosos


«População de Budens e Barão de São Miguel terá um «pólo de apoio e resposta» às suas necessidades.

A Câmara de Vila do Bispo, até 2009, prevê construir duas creches e um lar de idosos no concelho. A primeira a ser executada será a creche em Vila do Bispo, contígua ao actual jardim de infância.«Está prevista a construção de uma creche em Vila do Bispo, por via da ampliação do jardim de infância, creche essa que, durante este ano, deverá iniciar a construção, e terá uma capacidade para 70 crianças», explicou Gilberto Viegas, presidente da Câmara de Vila do Bispo.

No projecto de construção, será feito um investimento de 15 mil euros, enquanto na execução da obra a autarquia pretende gastar 300 mil euros. Na freguesia de Budens, por seu lado, irão nascer dois equipamentos sociais dedicados à infância e à terceira idade. Será construído um lar de idosos, com capacidade para receber 30 utentes. Em termos de investimento, Gilberto Viegas considera o Lar de Budens «um apontamento assinalável até porque o investimento é de 1,6 milhões de euros». Ainda este ano, acrescentou o autarca, «o esforço é no sentido de o lar arrancar. Já tem projecto e está em fase de adjudicação».

Junto ao lar, está prevista a construção da segunda creche pública do concelho. O projecto de execução está feito e a obra deverá arrancar no próximo ano.Esta nova creche terá um berçário, com capacidade para nove bebés até aos 12 meses, uma sala com capacidade para 18 crianças, dos 12 aos 24 meses, e ainda uma outra, para 16 crianças, dos 24 aos 36 meses. No total, receberá 43 crianças.Para o autarca, estes equipamentos são da maior importância não só para Budens, mas também para Barão de São Miguel. «A creche de Budens, tal como o lar, será um pólo de apoio e de resposta às necessidades das populações, quer da freguesia de Budens, quer de Barão de São Miguel».

17 de Janeiro de 2008 14:54mara dionísio»

Fonte:Barlavento Online

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Site responde a dúvidas femininas


«É lançado esta quarta-feira, no âmbito da Semana Europeia do Cancro do Colo do Útero, um site na Internet para responder às dúvidas das mulheres.

À distância de um clique, médicos ginecologistas vão estar disponíveis para responder às perguntas mais comuns.

Segundo a médica Ana Matos são várias as questões colocadas: “Como apanhei esta doença?”, “Qual foi a forma de transmissão?”, “Quem me passou esta infecção?”, “Vou ter um cancro?”.

Para a Ana Matos “os profissionais de saúde” são “responsáveis no esclarecimento desta situação”.

Ainda no âmbito desta Semana Europeia do Cancro do Colo do Útero realiza-se hoje uma sessão no Parlamento.»

Fonte: Rádio Renascença
Link: http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?AreaId=23&SubAreaId=79&ContentId=233924

Preparação do quarto é o início de tudo


«Levantamento mostra que os gastos podem chegar a R$ 2,5 mil na compra de itens como berço, cômoda e guarda-roupas

Adilson Camargo

Decorar e mobiliar o quarto do bebê é o primeiro impacto no orçamento familiar. O primeiro de muitos. De acordo com o levantamento feito pelo Jornal da Cidade em algumas lojas especializadas de Bauru, deixar o quarto pronto para receber o filho custará algo em torno de R$ 2,5 mil apenas com os itens básicos, como berço, cômoda e guarda-roupas, entre outros.Depois do quarto pronto, é hora de correr atrás do carrinho de bebê, da banheira, do enxoval da criança e também da mãe.

A despesa sempre é maior quando se trata do primeiro filho, porque é preciso comprar tudo. Quando chega o segundo filho, muito do que foi comprado para o primeiro é reaproveitado.De acordo com Luiz Carlos Ewald, professor de finanças dos cursos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), o segundo filho custa cerca de 80% do custo do primeiro. E o terceiro, cerca de 65% do custo do primeiro. Ele lembra que o quarto, as roupas, os calçados, os brinquedos e mesmo os livros são reaproveitados.O segundo grande impacto no orçamento familiar vem com o fim da licença-maternidade.

É chegada a hora de contratar uma babá ou matricular o filho em um berçário, caso a mãe trabalhe fora e não tenha a quem recorrer – a casa dos avós é o destino certo de muitas crianças. Em Bauru, existem várias opções de berçários. Os preços variam bastante. Há locais que cobram R$ 200,00 para ficar com a criança o dia todo. Outros chegam a cobrar R$ 550,00. Os serviços prestados por um e por outro também variam bastante. Cabe aos pais decidir qual deles atende as necessidades e possibilidades da família.Também vai pesar no bolso dos pais quando o filho estiver ingressando no ensino fundamental, caso a escola escolhida seja particular.

A partir daí, as despesas aumentam na medida em que o filho cresce. A educação vai ficando cada vez mais cara e ao atingir a fase da adolescência, os filhos ficam mais “pidões”. “Se os pais cederem às exigências dos filhos, a fase da adolescência pode se tornar mais cara, pois acumula o desejo de consumo de produtos supérfluos e de marcas com os estudos”, afirma o economista Adriano Fabri, consultor econômico-financeiro e professor da Instituição Toledo de Ensino (ITE).Quando o filho chega à faculdade, o nível dos gastos vai depender do curso escolhido.

Um curso em tempo integral é bem mais caro do que outro em apenas um período. O mais comum entre os alunos que cursaram escola particular desde os primeiros anos é entrar em uma faculdade pública, mas não é sempre que isso acontece. O valor que consta dos cálculos feitos pelo Jornal da Cidade refere-se ao mínimo pesquisado, ou seja, é dali para mais.Para Fabri, os custos após a entrada na faculdade, se a universidade for particular, pode dobrar nesse período.

Por esse motivo, o economista considera que se a família conseguir investir em uma melhor educação para o filho desde cedo, será mais fácil ele ingressar numa universidade pública e, com isso, economizar dinheiro.Na opinião do economista Geraldo Pineli, qualquer investimento que se faz ao longo da vida dará retorno, mas nenhum chega perto do retorno que dá a educação. “Esse investimento é muito superior a qualquer outro, porque é algo que a pessoa vai usufruir para o resto da vida. Ele muda o padrão de vida”, afirma.»

Fonte:JCNET

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Grávidas: Mais de dois cafés dia aumentam risco de aborto


«Uma mulher grávida não deve beber café, mas, se o fizer, então não deverá ultrapassar 200 miligramas de cafeína por dia - o equivalente a dois cafés normais em Portugal. Isto porque, de acordo com um estudo a publicar on-line na revista American Journal of Obstetrics and Gynecology, a ingestão de uma quantidade superior de cafeína pode duplicar o risco de aborto nos primeiros três a quatro meses de gravidez.

O trabalho, levado a cab0 por uma equipa liderada por De-Kun Li, da Kaiser Permanente, uma fundação sem fins lucrativos ligada à saúde, da Califórnia, teve como universo 1063 grávidas e decorreu entre 1996 e 1998, período durante o qual as mulheres foram questionadas quanto aos hábitos alimentares até às 20 semanas de gestação, pode ler-se na edição desta terça-feira do diário Público.

Destas, 264 não consumiam qualquer cafeína, 635 relataram um consumo até aos 200 miligramas diários e 164 ultrapassavam esta quantidade.
Registaram-se também 172 abortos.

A partir destes dados, os cientistas foram verificar se existiria alguma relação entre a ingestão de cafeína e o risco de aborto: concluíram que as mulheres que consumiam até 200 miligramas corriam mais riscos (15%) face àquelas que não ingeriam nenhuma (12%), enquanto, no caso das grávidas que iam para lá de 200 miligramas, esse risco subia mesmo para cerca de 25%.

Ou seja, segundo o estudo, mais que dois cafés normais por dia duplicam as possibilidades de abortar, juntando-se a outros factores de risco bem conhecidos, como o tabaco, o álcool ou a idade avançada da mulher. »

Fonte:Diário Digital

Epidural a qualquer hora no Hospital de Guimarães


«O Hospital de Guimarães já disponibiliza epidural a qualquer hora, todos os dias da semana, na sala de partos.Desde o início deste ano, o parto sem dor é possível.

O Director do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, José Manuel Furtado, referiu que foi necessário recorrer a anestesistas de outros hospitais para dar resposta às solicitações das diferentes valências do Hospital.

O pai ou um familiar da parturiente pode assistir ao parto. São casa vez mais os pais que assistem ao nascimento dos seus filhos. Uma presença que tem constituído uma surpresa para os profissionais de saúde.No ano passado, nasceram no Hospital de Guimarães 2 mil 686 bebés, muitos destes partos foram assistidos pelos pais.»

Fonte:Guimarães Digital

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Evitando os incômodos da gravidez


«Ser mãe é o sonho da maioria das mulheres, mas nem sempre elas estão prontas para os "efeitos colaterais" da gravidez, como dores na coluna e inchaço nas pernas. Para minimizar o desconforto e garantir o bem-estar durante a gestação, o médico Clóvis Garcia Borges, especializado em Medicina Física e Reabilitação, indica cuidados básicos às futuras mamães.

De acordo com o especialista, a melhor posição para as gestantes na hora de dormir é deitar de lado, com o quadril e as pernas ligeiramente flexionados.
"Assim, o peso do abdômen não dificultará a respiração", explica, lembrando que usar um travesseiro entre os joelhos também é bom. Com isso, acontece menos compressão dos vasos sangüíneos dos membros inferiores, o que reduz o inchaço, formigamentos e dores.

Outra dica importante é quanto à alimentação, pois o sobrepeso pode agravar as dores de coluna. O médico recomenda atividades físicas leves, como caminhadas, hidroginástica e natação.
No caso de dores lombares, que se manifestam nos últimos meses de gestação ou já existentes antes da gravidez, o ideal seria o repouso, utilização de bolsa de gelo e tratamento com fisioterapia, através de massagens, exercícios posturais corretivos ou uma cinta suporte.

"O uso de medicamentos pode ser feito, desde que supervisionado pelo médico", reforça.
Clóvis pondera que, se a gestação estiver correndo sem complicações, é possível fazer exercícios abdominais para facilitar o parto quando chegar a hora, mas sempre com orientação médica.»

Fonte:JM Online

Cancro do colo do útero: 19 mil mulheres vacinadas num ano


«Cerca de 19 mil portuguesas adquiriram a primeira vacina contra o vírus que causa o cancro do colo do útero desde que começou a ser comercializada, há precisamente um ano, tendo gasto mais de nove milhões de euros neste medicamento.

Comercializada pela Sanofi Pasteur MSD, a Gardasil foi colocada no mercado a 20 de Janeiro de 2007 e, desde então, tem sido essencialmente receitada por pediatras, no caso das raparigas mais jovens, e por ginecologistas, disse à Lusa a directora-médica do laboratório em Portugal.
A efeméride coincide com o início da Semana Europeia contra o cancro do colo do útero, que decorre até 26 de Janeiro, incluindo acções de rua, sessões de esclarecimento para jovens, bem como uma sessão solene na Assembleia da República.

De acordo com Maria João Cunha, da Sanofi Pasteur MSD, cerca de 19 mil mulheres já foram vacinadas, ou estão em vias de receber as três doses da vacinação, que custam 480 euros (160 euros por dose).
As mulheres que foram ou estão a ser vacinadas pertencem essencialmente a três grupos etários: 13 anos, 16/18 anos e 22/26 anos.

A directora médica da Sanofi Pasteur MSD adiantou que, apesar de o preço ser um entrave a uma maior aquisição da vacina, os seus benefícios são «facilmente entendidos pelos pais».
Sobre a possibilidade de ser a Gardasil a vacina escolhida para ser incluída no Plano Nacional de Vacinação (PNV) - que a partir de Setembro vai administrar gratuitamente esta profilaxia - Maria João Cunha não adianta prognósticos, afirmando apenas que o laboratório participa no concurso.

No Ministério da Saúde consta igualmente o pedido de comparticipação da vacina pelo Serviço Nacional de Saúde (37%), ao qual ainda não foi dada resposta.
Maria João Cunha revelou que a Gardasil tem actualmente 96% do mercado português. Os restantes 4% são da Cervarix, vacina comercializada pela GlaxoSmithKline (GSK) que chegou ao mercado português a 15 de Outubro do ano passado e custa 433,23 euros.

A Gardasil é valente para quatro vírus e a Cervarix dirige-se a dois. As duas poderão causar uma redução de pelo menos 70% no número de casos de cancro do colo do útero.
Diário Digital / Lusa »

Fonte: Diário Digital

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O terceiro país da OCDE com mais cesarianas

«O ministro da Saúde lançou o apelo na sessão de encerramento das comemorações dos 75 anos da Maternidade Alfredo da Costa: «Nascem demasiados bebés por cesariana, e é preciso baixar este número.» Somos o terceiro país da OCDE com a taxa mais alta, que se cifra já em 32% no SNS, e promete continuar a crescer.

Sobretudo nos lugares em que já atinge os 50%, ou seja, nos hospitais particulares, onde os médicos podem «fazer a vontade» às parturientes, ou, diz a má-língua, há vantagens económicas em optar por uma intervenção que custa até quatro vezes mais do que um parto normal.

Isto quando a OMS recomenda que a taxa se situe abaixo dos 20%, considerando o excesso de cesarianas como um indicador de falta de qualidade dos serviços maternos. Porque, para todos os efeitos, a cesariana é uma cirurgia grande, com riscos acrescidos para a mãe e para o bebé, e que deve ser reservada apenas para os casos em que tem genuína indicação clínica. Note-se que o problema não são as cesarianas em si, uma invenção miraculosa, que permite salvar muitas mães e bebés que antigamente morriam, mas o seu uso desnecessário e até perigoso.

O facto de a idade das mães no momento do nascimento do seu primeiro filho ter aumentado, explica, em parte, o fenómeno, mas não tudo. Sabe-se que cada vez mais mulheres pedem (exigem?) que o seu médico lhes faça uma cesariana, por medo da dor, mas também porque sentem o parto como qualquer coisa de impura. Os «sintomas» da sua natureza biológica - sangue, suor e lágrimas - não parecem ter lugar no seu mundo asséptico. Essa rejeição de um lado que consideram «animal» pode estender-se ao dar de mamar, e contaminar negativamente a relação com o bebé.

Daí que a gravidez seja uma oportunidade única de a ajudar a confrontar os seus medos e a reconciliar-se consigo mesma. Para que o parto (sem dor, graças à epidural!) possa ser um momento único de descoberta. Condição essencial: que a equipa de serviço trate a mãe, o pai, e o bebé como eles mercem!
Isabel Stilwell editorial@destak.pt»

Fonte:Destak
Link:http://www.destak.pt/artigos.php?art=7243

Dieta mediterrânea na gravidez pode prevenir asma, afirma estudo


«PARIS (AFP) — As mulheres grávidas que seguem a famosa dieta mediterrânea podem, com este hábito, proteger seus filhos de desenvolverem doenças respiratórias como asma e alergia na infância, revelou um estudo a ser publicado na quinta-feira no jornal britânico especializado Thonrax.

Uma equipe de médicos recrutou 507 mulheres que faziam pré-natal numa clínica na ilha mediterrânea de Menorca em 1997. Elas responderam a questionários a respeito de seus hábitos alimentares. Mais de seis anos depois, a equipe analisou os filhos destas mães para verificar se tinham desenvolvido asma ou dificuldades respiratórias ou se apresentavam seis tipos comuns de alergia.

Os pesquisadores descobriram que a dieta alimentar das crianças desta idade tem menor impacto no desenvolvimento destes problemas. O que realmente fazia diferença, no entanto, era o que as mães haviam comido durante a gravidez. Entre as mulheres que participaram do estudo, um terço obteve uma baixa pontuação no teste que mede o grau de utilização da dieta mediterrânea - o consumo de frutas e vegetais, azeite, peixe, grãos, legumes e nozes. Dois terços obtiveram altos graus.

Crianças do grupo de baixa pontuação apresentavam entre três e quatro vezes mais tendência a desenvolver sintomas de asma do que o grupo das mulheres que haviam atingido alta pontuação, e duas vezes mais propensão a desenvolver alergias. O consumo de vegetais mais de oito vezes por semana, de peixe mais de três vezes, e feijão ou ervilha mais de uma vez por semana parecem ser fatores especialmente positivos. Por outro lado, o consumo de carne vermelha mais de três vezes por semana parece ter estimulado os riscos.

O estudo aponta dois componentes-chave da dieta mediterrânea: antioxidantes - substâncias que dificultam a ação danosa dos radicais livres - e ácidos graxos poliinsaturados, tipicamente encontrados no azeite de oliva e no óleo de peixe. Antioxidantes são conhecidos por protegerem contra a asma em crianças pequenas, enquanto que ácidos graxos protegem contra inflamações, um fator importante no complexo problema de asma, explicaram os autores.

A dieta mediterrânea, que é associada à longevidade, também compreende quantidades moderadas de vinho tinto. Mas como o consumo de álcool é proibido durante a gravidez, o vinho não foi incluído no estudo. A pesquisa foi coordenada por Leda Chatzi, médica do Departamento de Medicina Social da Universidade de Creta, na Grécia.»

Fonte:APF
Link:http://afp.google.com/article/ALeqM5jhCUN_D4uDM2RVs6FxQQi8sYzBPQ

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

IRS 2008 – O presente envenenado


Por defeito ou feito da profissão as coisas relacionadas com fiscalidade atraem-me um bocado. E uma vez que o planeamento fiscal pode e deve ser um instrumento das famílias para gerir o seu orçamento familiar, acho que faz todo o sentido este post.

Vou tentar ser o mais simples possível . . .

Primeiro interessa explicar o que é “retenção na fonte”, aquele valor que aparece no recibo de vencimento (normalmente com a descrição de “IRS”), não é mais do que retenção na fonte.

Para que serve? Bom, a retenção na fonte serve para adiantar dinheiro ao estado, para depois no final do ano ser diminuido ao imposto a pagar. E se

1) o valor anual de retenções na fonte for superior ao imposto, o contribuinte recebe (reembolso)

2)se o valor anual de retenções na fonte for inferior ao imposto, o contribuinte paga.

(Isto é uma versão muito simplista de como as coisas funcionam, mas para o objectivo acho que chega.)

Até aqui parece simples. (espero eu)

Então o que alterou neste sistema que faça sentido escrever sobre isto.

As alterações foram as seguintes, as taxas de retenção foram diminuidas. O que à partida pode parecer bom, pois uma vez que se retem menos implica que se receba mais, porque o dinheiro em vez de ir para o Estado vai directamente para nós. Mas aqui é que está o problema!!!!

A título de exemplo:

Uma pessoa que recebe 900,00€ mensais brutos, tem em 2007 uma taxa de retenção de 8,5% (o que dá uma retenção de 76,50€).

Essa mesma pessoa em 2008 com a mesma remuneração (sem aumento) tem uma taxa de retenção na fonte de 7% (o que dá uma retenção de 63,00€).

No mapa abaixo podemos ver que esta diferença implica que essa pessoa receba mais 13,50 € mensais sem ter havido qualquer alteração no vencimento ou qualquer custo acrescido para a empresa.


O que vai acontecer é que anualmente, o valor das retenções na fonte diminui, e vai implicar que a referida pessoa vá ter que “pagar mais ou receber menos em 2008 em relação a 2007 (considerando que o imposto era o mesmo).

Esquemáticamente, 3 situações hipotéticas com a distinção de 2007 e 2008:


No fundo, alguém poderia dizer, que o dinheiro rende mais do nosso lado, concordo.

Mas também acredito, se as pessoas não colocarem este dinheiro de parte, para pagar o imposto terão sérias dificuldades no momento em que tenham que o fazer.

Acredito, que a intenção é dar uma imagem de maior rendimento, e por isso que as pessoas consumam mais, porque esse será o efeito psicológico. Pretenderá-se criar com isto um aumento da confiança do cidadão. Alerto, para que se seja prudente, e poupem o excedente para mais tarde pagar o IRS.

Dieta mediterrânea na gravidez pode prevenir asma, afirma estudo


«PARIS (AFP) — As mulheres grávidas que seguem a famosa dieta mediterrânea podem, com este hábito, proteger seus filhos de desenvolverem doenças respiratórias como asma e alergia na infância, revelou um estudo a ser publicado na quinta-feira no jornal britânico especializado Thonrax.

Uma equipe de médicos recrutou 507 mulheres que faziam pré-natal numa clínica na ilha mediterrânea de Menorca em 1997. Elas responderam a questionários a respeito de seus hábitos alimentares.
Mais de seis anos depois, a equipe analisou os filhos destas mães para verificar se tinham desenvolvido asma ou dificuldades respiratórias ou se apresentavam seis tipos comuns de alergia.

Os pesquisadores descobriram que a dieta alimentar das crianças desta idade tem menor impacto no desenvolvimento destes problemas. O que realmente fazia diferença, no entanto, era o que as mães haviam comido durante a gravidez.
Entre as mulheres que participaram do estudo, um terço obteve uma baixa pontuação no teste que mede o grau de utilização da dieta mediterrânea - o consumo de frutas e vegetais, azeite, peixe, grãos, legumes e nozes. Dois terços obtiveram altos graus.

Crianças do grupo de baixa pontuação apresentavam entre três e quatro vezes mais tendência a desenvolver sintomas de asma do que o grupo das mulheres que haviam atingido alta pontuação, e duas vezes mais propensão a desenvolver alergias.
O consumo de vegetais mais de oito vezes por semana, de peixe mais de três vezes, e feijão ou ervilha mais de uma vez por semana parecem ser fatores especialmente positivos.
Por outro lado, o consumo de carne vermelha mais de três vezes por semana parece ter estimulado os riscos.

O estudo aponta dois componentes-chave da dieta mediterrânea: antioxidantes - substâncias que dificultam a ação danosa dos radicais livres - e ácidos graxos poliinsaturados, tipicamente encontrados no azeite de oliva e no óleo de peixe.
Antioxidantes são conhecidos por protegerem contra a asma em crianças pequenas, enquanto que ácidos graxos protegem contra inflamações, um fator importante no complexo problema de asma, explicaram os autores.

A dieta mediterrânea, que é associada à longevidade, também compreende quantidades moderadas de vinho tinto. Mas como o consumo de álcool é proibido durante a gravidez, o vinho não foi incluído no estudo.
A pesquisa foi coordenada por Leda Chatzi, médica do Departamento de Medicina Social da Universidade de Creta, na Grécia.»

Fonte:APF
Link:http://afp.google.com/article/ALeqM5jhCUN_D4uDM2RVs6FxQQi8sYzBPQ

Hospital Privado de Chaves com maternidade a partir de 2009


«A cidade de Chaves vai dispor, menos de um mês depois de fechar o bloco de partos local, de um hospital privado no concelho que, a partir de 2009, vai disponibilizar maternidade e serviço de urgências 24 horas por dia.
O futuro Hospital Privado de Chaves (HPC), cujas obras arrancaram hoje, é uma iniciativa orçada em cerca de 20 milhões de euros, da Casa de Saúde de Guimarães (CSG) e do Hospital Particular de Viana do Castelo (HPVC).

Teófilo Leite, administrador da CSG, referiu que a nova unidade hospitalar estará pronta no último trimestre de 2009 e oferecerá os serviços de maternidade, consulta externa para diversas especialidades médicas e cirúrgicas, internamento e cirurgia, meios complementares de diagnóstico e serviço de urgências de 24 horas.
Com uma área de 10 mil metros quadrados, o HPC terá capacidade para 30 consultórios, 52 camas e os serviços de urgência médico-cirúrgica estarão, segundo o administrador, «mesmo» abertos 24 horas por dia.

«Pretendemos responder às necessidades locais, pelo que o hospital procurará complementar a oferta das unidades de saúde já existentes na região», sustentou Teófilo Leite.
O responsável destacou como áreas de interesse estratégico para a população os «serviços de urgências e a maternidade».
«Em 2009, os flavienses voltam a ter uma alternativa válida, orientada para os concelhos mais a norte de Vila Real», disse Carlos Costa, gerente do HPVC.

A nova unidade pretende servir os cerca de 145 mil habitantes de Chaves, Boticas, Montalegre, Valpaços, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e ainda a cidade fronteiriça de Verin, em Espanha.
«Vamos fazer o inverso do que está a fazer o Estado português. Em vez de levarmos tudo para Espanha queremos trazer, importar os doentes para serem atendidos em Chaves», salientou Teófilo Leite.

António Cabeleira, vice-presidente da Câmara de Chaves, enalteceu o investimento privado em Chaves e considerou que um concelho que não disponha de «um sector de saúde adequado não pode ser competitivo».
«O Estado português está a desresponsabilizar-se. Os cidadãos de Chaves não têm o mesmo acesso à saúde que têm os de Lisboa, embora paguem todos os mesmos impostos», frisou o autarca.

Na sequência do encerramento, a 27 de Dezembro, do bloco de partos do Hospital de Chaves, pelo Ministério da Saúde, a Comissão de Defesa daquela unidade hospitalar está a preparar uma providência cautelar contra o fecho do serviço, que deverá dar entrada, segundo soube a Lusa, nos próximos dias no Tribunal Administrativo de Mirandela.
Com o encerramento do bloco de partos, as grávidas do Alto Tâmega têm agora que se deslocar ao hospital de Vila Real para terem os seus bebés.

Em 2007 nasceram 390 crianças no hospital público de Chaves, 60 por cento das quais através de cesariana.
O Hospital Privado de Chaves vai ser construído junto ao nó de acesso de Chaves à auto-estrada 24. Diário Digital / Lusa »

Fonte:Diário Digital
Link:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=313859

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Cancro no colo do útero resolvido sem extracção total


«Regra geral, o cancro do colo do útero, que afecta principalmente mulheres em idade fértil, é resolvido com extracção total. Ontem, numa intervenção inédita no país, o IPO de Coimbra tratou uma jovem de 28 anos, sem comprometer a possibilidade de uma gravidez futuraEstima-se que o cancro do colo do útero mate uma mulher por dia em Portugal.

A doença, silenciosa no início e causada por um vírus, atinge geralmente mulheres jovens, muitas vezes ainda sem filhos e com o desejo natural de formarem família. Porém, o tratamento seguido até aqui compreende a cirurgia total, inviabilizando a gravidez.Ontem, o Centro Regional de Coimbra do Instituto Português de Oncologia (IPO) «deu um passo em frente no tratamento de uma forma conservadora».

Daniel Silva, director do Serviço de Ginecologia, chefiou com êxito uma intervenção cirúrgica baseada numa técnica criada pelo médico francês Daniel Dargent, que não inviabiliza a capacidade reprodutora.De uma forma simplificada, a operação explica-se como sendo uma intervenção direccionada ao cancro no colo do útero, sem extracção, e limpeza dos tecidos envolventes. Papel fundamental cabe ao laboratório, à histopatologia, que no decorrer da operação vai fornecendo aos cirurgiões os resultados de análises a tecidos recolhidos, permitindo uma maior segurança à intervenção.

Que, no caso de Coimbra, durou quatro horas.Para Daniel Silva, esta técnica, que ainda não tinha sido aplicada em Portugal, poderá ser desenvolvida em outras unidades de saúde do país. Admite, no entanto, que comporta assumir riscos, desde logo pela própria doente. A jovem ontem operada, de 28 anos e sem filhos, vai ser mantida sob vigilância médica. Agora, explicou o clínico, «vamos manter o útero funcional, para que possa engravidar».»

Fonte: Diário de Coimbra

Remédio pode combater pressão alta em gestantes


« Um medicamento considerado inédito, que atua no combate à pressão alta em gestantes, está sendo desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde, por intermédio do Instituto Butantan. O objetivo é combater a pré-eclâmpsia, doença atinge mulheres a partir da 20ª semana de gestação e que pode até matar.

Pesquisadores do Centro de Toxinologia Aplicada do Butantan encontraram uma substância presente no veneno da jararaca capaz de atuar diretamente nos casos de hipertensão gestacional. Os responsáveis pelo trabalho pesquisam há quatro anos as aplicações medicinais de moléculas sintéticas derivadas do veneno de cobras.

A partir dos estudos, foi possível identificar um mecanismo capaz de atuar diretamente nas artérias para manter os vasos sanguíneos relaxados e, com isso, controlar a pressão. Foram concluídos testes realizados com animais, que comprovaram a eficácia da nova substância.

“As drogas usadas atualmente no combate à pré-eclâmpsia são desenvolvidas para um hipertenso comum. Agora estamos desenvolvendo um novo medicamento que leva em consideração todas as peculiaridades do organismo de uma mulher grávida”, Juliano Guerreiro, pesquisador do Butantan.

Estatísticas

Cerca de 3,2 milhões de mulheres ficam grávidas por ano no Brasil. Segundo o Conselho Brasileiro de Cardiopatia e Gravidez, 10% dessas gestantes apresentam pré-eclâmpsia, que é responsável por cerca de 30% dos óbitos maternos. Ou seja, cerca de 320 mil mulheres por ano seriam usuárias diretas desse medicamento.

Além da pressão arterial alta, a pré-eclâmpsia se caracteriza por retenção de líquidos (edema) e presença de proteína na urina (proteinúria), podendo evoluir para um quadro de convulsão e coma (eclampsia). A pré-eclâmpsia precisa ser diagnosticada e tratada de forma rápida (durante o pré-natal), já que pode restringir de maneira severa o fluxo de sangue para a placenta, prejudicando perigosamente o feto. O Instituto Butantan fica na Avenida Vital Brasil, 1.500 – Butantã, Zona Oeste de São Paulo.»

Fonte:A Tribuna Online

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Natalidade em crise


«As consequências para o País são dramáticas e determinantes a médio e longo prazos. As razões do decréscimo da natalidade são fáceis de perceber. A precariedade de emprego, os eternos recibos verdes, o aumento do custo de vida, a ausência do mercado de arrendamento que obriga os jovens à compra de casa nos arredores de Lisboa (só falando na capital), a necessidade de carro próprio, o respectivo aumento constante dos juros, etc., etc.

Hoje ter um filho é uma aventura, e os números indicam que as mulheres são mães cada vez mais tarde. Como poderia ser de outra forma? Acabar o curso, tentar arranjar trabalho e ser confrontada com um inquérito serrado sobre se tenciona ter filhos ou não. As empresas não querem futuras mães, porque isso significa um encargo adicional. Que qualidade de vida têm os jovens?

Claro que o acesso a múltiplos bens de consumo é hoje uma realidade. Mas a prova de que algo está errado está também no número assustador de divórcios nos primeiros anos de relação. Entre o custo de um pacote de fraldas, as idas ao pediatra, os exames e as vacinas obrigatórios, o custo das creches e infantários particulares, uma vez que o Estado não tem resposta, a lista é infindável e a resposta do Poder está à vista: um apoio ridículo às grávidas e um abono de família diminuto.

Se fosse possível ao casal descontar nos seus impostos as despesas de saúde, ensino, etc., então talvez a balança fosse mais real. Num momento em que se discute o novo aeroporto, o novo TGV, a nova ponte, tudo isto somando um valor astronómico, a pergunta obrigatória é quem no futuro vai usufruir dessas infra-estruturas, e quem vai descontar para a segurança social?
O País envelhece a ritmo acelerado, mas o que importa é discutir obras faraónicas.

Luisa Castel-Branco»

Fonte:Destak

Os múltiplos aspectos emocionais envolvidos na infertilidade feminina


«A motivação para a criação deste texto partiu da percepção que temos, por meio da prática clínica, da repetição de histórias muito parecidas vivenciadas por mulheres que se deparam com o diagnóstico de infertilidade.A infertilidade, para a Medicina, é a dificuldade de engravidar após 12 meses de tentativas, sem uso de nenhum método contraceptivo.

No entanto, para as pacientes que vivenciam esse problema, a infertilidade está além desta definição, é mais do que isso. Não conseguir gerar um filho com a pessoa amada e não conseguir dar continuidade à família é por demais frustrante e desmotivante.Além disso, a sociedade estipula uma série de etapas a serem cumpridas pelas pessoas. Quando uma delas não é cumprida, aparecem as cobranças e imposições. Assim é se você não namora, precisa “arranjar” alguém; se já namora, precisa casar; e, se já casou, precisa ter filhos...

A imposição dessa ordem linear de acontecimentos colabora para pressionar ainda mais os casais que tentam engravidar. E, se estes não marcarem o seu espaço frente à demanda do outro, pontuando o que os incomoda, para se protegerem, as angústias podem tornar-se insuportáveis.Misto de sentimentosÉ comum perceber, com toda essa problemática, que as mulheres com dificuldade de gravidez começam a se fechar num mundo muito solitário e frio.

Deixam de sair com receio dos comentários alheios, sentem-se inferiorizadas frente às demais mulheres, pouco dividem com seus companheiros sentimentos e pensamentos com medo da rejeição do parceiro e, em alguns casos, abandonam seus empregos para dedicarem-se exclusivamente ao tratamento para engravidar.Com tantas limitações, a infertilidade acaba estando presente em tudo, uma vez que se configura como “não produzir, não criar”.

Se imaginarmos um terreno a ser germinado e colocarmos a infertilidade em apenas uma porção, com o passar do tempo, olhamos novamente este mesmo terreno e percebemos que a porção infértil ocupou uma área maior. Isso não precisa necessariamente ser assim.Percebemos haver uma tendência das mulheres a levarem a infertilidade para outros espaços de sua vida, uma vez que a situação e os fatores a ela relacionados são frustrantes e angustiantes, gerando, principalmente, sentimentos de impotência.Para contornar este período difícil da vida é necessário que essas mulheres consigam “adubar” e “preparar a terra” a fim de que outras produções sejam possíveis, expandindo seus horizontes para além da gravidez.

O processo psicoterapêutico em muito auxilia essa questão. Algumas pacientes engravidaram justamente no momento em que se viam produtivas no trabalho e maduras em sua vida pessoal.Para situações delicadas e singulares como o enfretamento da infertilidade conjugal não existem receitas prontas (para alguma dificuldade na vida existe?); mas, certamente, a busca por essa expansão de interesses trará um sentimento de eficiência e de auto-valorização para essas mulheres, enquanto a gravidez não vem.

Luciana Leis é psicóloga da Clínica Gera e é especializada no tratamento de casais com problemas de fertilidade.»

Fonte:Campo Grande News

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Creches e pré-escolas podem evitar disseminação de infecções


«É só a criança ingressar na creche ou na pré-escola que as visitas ao pediatra aumentam. Conforme um artigo de revisão publicado no Jornal de Pediatria (vol.83 n.4, 2007), crianças cuidadas em creches ou pré-escolas têm um risco duas ou três vezes maior de adquirir infecções.

A partir de um levantamento da literatura científica, os autores da pesquisa, os médicos Maria Nesti e Moisés Goldbaum, ambos da Universidade de São Paulo (USP), reuniram medidas simples de prevenção que podem reverter esse quadro.Segundo a pesquisa, creches e pré-escolas, públicas ou privadas, são ambientes que favorecem a transmissão de doenças e o comportamento das crianças pequenas facilita a disseminação destas: elas ficam em contato físico constante entre si e com os adultos e nem sempre lavam as mãos, que são levadas à boca, juntamente com qualquer objeto.

Mãos, objetos e superfícies podem assim conter restos de urina, fezes, saliva e outras secreções que transmitem doenças.Por isso, procedimentos simples como a utilização de roupa sobre as fraldas, a limpeza de brinquedos e superfícies e a lavagem das mãos com água e sabão são formas eficazes de se evitar a disseminação de doenças. As mãos devem ser lavadas antes de manipular ou servir alimentos, depois de ajudar crianças a usar o banheiro e após a troca de fraldas e o contato com fluidos corporais.

O artigo ainda ressalta a importância de se usar lenços descartáveis para limpar os narizes, o material deve ser depois descartado em recipientes forrados com plásticos e tampados."A maioria das pessoas intui que crianças que freqüentam creches têm maior número de episódios de doença transmissível, mas desconhece o risco real e a efetividade das medidas simples de controle", diz Maria Nesti. "Realizamos uma pesquisa junto ao departamento de Medicina Preventiva da USP, junto a creches anexas a hospitais (por ser maior a probabilidade de serem conhecidos os mecanismos de transmissão e controle de doenças, pela proximidade aos profissionais de saúde) no município de São Paulo e verificamos que há desconhecimento do tema".

Para ela, é fundamental o treinamento rotineiro dos funcionários de creches e pré-escolas, com envolvimento de profissionais de saúde e administradores de saúde pública em níveis locais e nacionais."O primeiro passo é reconhecer o problema e a necessidade de mudança”, afirma Maria. "Já existem esquemas de treinamento de funcionários de creches na área de educação; seria necessário o contato com a área da saúde, para o treinamento básico de multiplicadores que a seguir reproduziriam as aulas, complementando o conteúdo já existente".

Ela lembra que antigamente havia um auxiliar de saúde nas creches, cuja presença não é mais obrigatória, mas as próprias professoras poderiam ser treinadas, sem a necessidade de aumentar o pessoal.De acordo com a médica, um dos maiores obstáculos ao programa é a crença de que a experiência caseira com crianças é suficiente para habilitar um funcionário de creche.

Porém, as recomendações domésticas de higiene e limpeza não são suficientes para um ambiente onde se misturam crianças de diferentes casas. Na creche, o procedimento simples de trocar fraldas, por exemplo, deve ser feito de maneira diferente, segundo Nesti.»

Fonte:Com Ciência

Para pesquisador, feto e mãe vivem em guerra durante gravidez

«Engravidar causa enjôo, desejos gastronômicos bizarros e (para as mamães mais vaidosas) um certo desalinho na silhueta. Nenhuma controvérsia aí. Desconfio, no entanto, que quase nenhuma gestante pense nos seus meses de gravidez como uma queda-de-braço ou uma batalha: um cabo-de-guerra no qual ela ocupa uma das pontas e o feto crescendo em seu ventre, a outra.

Ao contrário do que milênios de prosa e verso sobre as belezas da maternidade dizem, os interesses da mamãe e do bebê estariam longe de ser idênticos, segundo essa linha de pensamento. A idéia pode parecer mera intriga de quem ficou para titia, mas os fatos mais básicos da biologia dos mamíferos, se investigados com o devido cuidado, sugerem que essa é a mais pura verdade. Casando uma série de dados moleculares, fisiológicos e comportamentais, os cientistas estão usando essa queda-de-braço entre fetos e grávidas para explicar estranhas doenças e até para entender por que os animais clonados raramente são saudáveis.

O conceito-chave para entender essa bagunça toda tem um nome um tanto desajeitado: estampagem genômica. O que é “estampado”, ou seja, leva uma espécie de “carimbo” molecular, são os pedaços de DNA que todos carregamos no núcleo de nossas células. Dá para pensar nesses carimbos como uma espécie de certificado de procedência – materna ou paterna. Isso porque todos os organismos que se reproduzem por meio do sexo são, na verdade, a mistura meio-a-meio de duas influências diferentes: metade de seu DNA vem do pai e a outra, da mãe.

Na prática, os cromossomos -- as estruturas enoveladas que abrigam o DNA -- são transmitidas em duas cópias, uma materna e outra paterna. Existem razões muito boas para acreditar que essa origem mista do nosso material genético é uma receita para o conflito. Afinal, tanto machos quanto fêmeas “querem” (de forma não necessariamente consciente) aumentar ao máximo as chances de transmitir seus genes para as futuras gerações.

Só que cada um está usando, para isso, uma estratégia fundamentalmente diferente da do outro. A fêmea só consegue ter poucos filhotes por gestação, e por isso investe seu tempo e energia em cuidar bem deles, para que todos sobrevivam. Já o macho é capaz de engravidar um enorme número de fêmeas diferentes, se tiver sorte, mas não entra com as energias de seu próprio organismo para garantir que a filharada chegue à vida adulta. Ora, conforme as análises do funcionamento dos genes começaram a se sofisticar, os biólogos começaram a perceber um fenômeno esquisito. Uma proporção pequena (menos de 1%) mas significativa dos genes de mamíferos parecia sofrer um estranho “desligamento” seletivo: em alguns casos, era a versão paterna de um trecho de DNA que era desativada; em outra, a versão materna. Esse é o processo que ficou conhecido como estampagem genômica.

À primeira vista, o fato parecia simples burrice biológica. Acredita-se que uma das vantagens de possuirmos duas cópias de cada gene é parecida com a precaução de guardar cópias extras de um arquivo ou documento importante. Se o arquivo original for destruído (ou seja, se uma das cópias do gene sofrer uma alteração que o impeça de funcionar direito), a cópia ainda pode dar conta do recado.
Por que, afinal, jogar fora esse seguro de vida molecular? Filhinho da mamãe, filhinho do papai A coisa começa a soar menos maluca se imaginarmos, mais uma vez, que os genes paternos e os genes maternos podem ter “planos” muito diferentes para o pequeno ser que virá. (Falamos de “planos” apenas no sentido de influências biomoleculares inconscientes que, no futuro, aumentarão as chances de que aquele tipo de gene se multiplique. É lógico que pedaços de DNA não fazem nada de caso pensado – aliás, eles não pensam.).

É bastante lógico supor, por exemplo, que uma mãe grávida precisa balancear a nutrição que dará a seus fetos com a própria saúde e com suas chances futuras de ter mais filhos. Afinal, engravidar de novo mais tarde é seu único caminho para espalhar ainda mais seus genes. Papai, por outro lado, pode muito bem dizer “eu não tenho nada com isso”. Seus interesses, nesse caso, coincidem com os do feto. Enquanto está tentando inseminar outras fêmeas, é importante que seu filhão seja capaz de sugar o máximo possível de recursos da mãe, de forma a ter boas chances de virar um adulto saudável e fértil. Ou seja: nos casos de estampagem genômica, o esperado é que os genes paternos “desligados” sejam os que induzem maior retirada de nutrientes do organismo, enquanto os genes maternos “desativados” correspondam a uma diminuição do envio de recursos para os bebês. Isso, repito, é o esperado.

Será que ele se confirma na vida real? Por enquanto, tudo indica que sim. Pouca gente sabe, mas ao longo da gravidez o transporte de nutrientes não acontece só graças à bondade e ao carinho da mamãe: a placenta do feto lança projeções que invadem os tecidos da genitora e arrancam de lá os recursos necessários. Acontece que uma das doenças mais comuns ligadas a uma gestação, a pré-eclâmpsia (uma forma perigosa de pressão alta), parece estar ligada a uma substância que os fetos jogam na corrente sangüínea materna. Essa proteína impede que a mãe conserte pequenos danos nos seus vasos sangüíneos. Com isso, sua pressão arterial tende a aumentar, o que leva a aumentar a quantidade de sangue que chega até o feto via placenta. Quem cunhou o ditado caipira “bater na mãe por causa de mistura” (“mistura” em caipirês quer dizer o prato principal da refeição, para quem não sabe) parece ter profetizado essa estratégia chantagista dos bebês.

Nesse caso em particular, a relação exata com a estampagem genômica ainda precisa ser elucidada, mas ela já ficou clara no caso de dois genes, o Igf2 e o Igf2r. Os nomes parecidos não foram dados por acaso: na verdade, um pode ser visto como o ataque e o outro, como o contra-ataque. Basta dizer que o Igf2 estimula o crescimento rápido dos fetos. Em geral, é a cópia do pai que está “ligada” nos embriões. Se ela for desativada, filhotes de camundongo nascem com 40% menos peso. Já o Igf2r funciona como inibidor do Igf2.
Nesse caso, ocorre o contrário: a cópia paterna fica sempre desligada, para evitar filhotes muito pequenos. Se a cópia materna for desativada, parece que os limites ao crescimento fetal vão para o espaço, e os bebês-camundongos nascem com 125% mais peso.

Outros estudos confirmaram um duelo parecido entre dois genes ligados ao desejo de amamentação dos filhotes muito pequenos. E mais alguns trabalhos sugerem que também há uma variação na severidade da estampagem genômica dependendo do grau de monogamia da espécie: se o casal for fiel, terá seus filhos sempre como uma unidade e, portanto terá interesses genéticos parecidos na gestação e na criação deles. Existem mesmo indícios de que os problemas de saúde dos animais clonados -- muitos nascem com tamanho acima do normal ou matam a mãe de aluguel durante a gravidez -- decorreriam de erros de estampagem genômica.

Sem a fecundação normal, o padrão típico de ativação e desligamento dos genes maternos e paternos não se instalaria, e teríamos então fetos tão "gulosos" que acabariam morrendo engasgados, por assim dizer, sugando mais recursos maternos do que deveriam para o seu próprio bem. Em conjunto, essas descobertas traçam um retrato épico de golpes e contragolpes, num combate sem fim pelo sucesso reprodutivo e, em última instância, evolutivo. Definitivamente “guerra dos sexos” e “conflito de gerações” não foram inventados pelo bicho homem. »

Fonte:Midiamax
Link:http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=310998

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Comer folhas previne câncer de colo de útero


«Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP apontaram que folhas verde-escuras e frutas alaranjadas e amarelo-escuras ajudam a proteger as mulheres contra o câncer de colo de útero.

De acordo com o estudo, estes alimentos possuem uma substância chamada licopeno, um carotenóide, um tipo de substância que combate os radicais livres do organismo, aumentando a capacidade imunológica.

Os alimentos que contêm as maiores quantidades de licopeno são a goiaba, a melancia e o tomate.

Mayanna Stevanim»

Fonte:Imirante.com

A dificuldade de amamentar (conclusão)


«por Silas A. RosaSilas Rosa - , 10/01/08 17:54

Existem algumas características do leite materno que o tornam inimitável, por mais que a tecnologia avance na produção de leites industrializados tentando, obter a cada dia, leites mais parecidos com o leite materno. A primeira destas características ímpares do leite materno é a variabilidade de composição. O leite materno tem uma composição variável acompanhando a constante variação das necessidades da criança.

Desta forma, sua composição varia não só ao longo do tempo, acompanhando o crescimento e desenvolvimento da criança, como também ciclicamente, ao longo das 24 horas de cada dia. O leite produzido no período matutino é mais concentrado, enquanto o leite produzido a tarde possui uma proporção maior de água.
A relação que se estabelece durante o período de amamentação não representa uma via de mão única, da mãe para a criança, mas uma estreita inter-relação entre ambos.

Através da sucção (estímulo tátil), do choro (estímulo sonoro) e de outras possíveis formas, que estão sendo descobertas somente agora, o bebê estimula a mãe e interfere na produção e liberação do leite, qualitativa e quantitativamente. Pesquisas mostram que o leite produzido em algumas circunstâncias especiais, como quando a criança adoece, é diferente. Quando a criança vive situação clínica que pode levá-la à desidratação, o leite produzido tem concentrações (teor relativo de água, eletrólitos e nutrientes) que se adaptam a esta nova condição.

É comum ouvir das mães de crianças que estão em aleitamento misto (leite materno e mamadeira) que quando seus filhos adoecem só aceitam o leite materno. Pedro de Alcântara, um antigo professor de Pediatria, dizia sempre que se a inteligência dos pais e pediatras falha o último recurso é contar com os mecanismos de defesa do próprio organismo da criança: seu rim, seu fígado, seus pulmões e seus instintos.

O fato da criança doente só aceitar o leite materno certamente é um desses mecanismos de defesa, priorizando o que é fundamental para sua recuperação. Portanto, o leite materno tem uma variabilidade infinita que o adapta sempre às necessidades das circunstâncias normais ou patológicas que a criança vivencia.
O leite da mãe do prematuro é diferente do leite da mulher que teve seu filho durante um período gestacional normal.

Entre outras diferenças o leite da mãe do prematuro possui uma concentração maior de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia média, essenciais ao amadurecimento do sistema nervoso central, para compensar o encurtamento da vida intra-uterina.
Outra característica do leite materno, impossível de ser imitada pela industrialização do leite de vaca, é o seu repertório de elementos de defesa contra micróbios.

Outro velho professor de Pediatria, uruguaio, dizia, há muitos anos atrás, quando nem era ainda conhecido este repertório de substâncias anti-infecciosas do leite materno, baseado apenas nas suas observações de evolução das crianças, que o bebe amamentado exclusivamente ao seio raramente adoece e quando adoece, raramente morre. Eu sempre digo às mães que, como pediatra “cansado” que sou, defendo ardorosamente o aleitamento exclusivo ao peito no primeiro semestre de vida por interesses pessoais: não quero ter de tratar de crianças doentes.

Prefiro recebê-las periodicamente ao consultório apenas para fazer Puericultura: pesá-las, medi-las e examiná-las para, no final, dizer às mães: “parabéns, seu filho está ótimo, graças ao seu empenho em amamentá-lo”, volte no mês que vem. Quando a criança começa a receber mamadeira, iniciam os problemas: diarréia, tosse, coriza, erupção na pele e tudo o mais.
Até o “cocô” de quem mama somente leite materno é diferente: geralmente é um líquido ou uma massa amarelada praticamente inodora. Já o cocô de quem mama mamadeira se aproxima muito do cocô dos adultos com seu característico cheiro desagradável.

A maioria das crianças que mamam somente leite materno geralmente faz cocô muitas vezes ao dia, toda vez que mamam. A minoria passa alguns dias sem evacuar. Principalmente as meninas são mais propensas a este “intestino preso”. No entanto, nem os que têm o intestino solto, nem os que o têm preso, ficam incomodados quando somente mamam leite materno.

Finalizando, gostaria de lembrar o que disse no primeiro desses artigos sobre amamentação: a decisão de adotar o aleitamento exclusivo tem um preço: de início incomoda muito mais. Porém o “investimento” vale a pena e tem retorno garantido. Estas crianças darão muito menos trabalho, a médio prazo, porque não adoecem e, a longo prazo, tendem a ser adultos mais equilibrados, felizes e menos propensos aos vícios.»

Fonte:Rondo Notícias

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Aprender línguas desde pequenino


«Joana Silva Santos 2008-01-07


Defensores do método multilinguístico acreditam nos benefícios da aprendizagem precoce e em simultâneo de várias línguas.

"Adeus!; au revoir!; goodbye!; auf wiedersehen!". Esta é apenas uma das sequências de palavras em português, francês, inglês e alemão que se tornou uma constante na Fundação Adolfo Vieira de Brito, pioneira, desde Outubro, na implementação do método multilinguístico criado pelo investigador Alberto de Sousa.

O investigador de neuropsicologia da linguagem não considera a educação como uma transmissão do saber mas sim como "uma formação do ser, onde todas as áreas programáticas são objectivadas para o desenvolvimento das capacidades da criança". Baseado na neuropsicolinguística, o Método Multilinguístico de Iniciação à Leitura-Escrita desenvolvido por Alberto de Sousa sugere uma abordagem em simultâneo de quatro línguas, de forma faseada, com o apoio de jogos e programas didácticos.

Inicialmente, as crianças são estimuladas para o desenvolvimento das capacidades auditivas e linguísticas, depois para a apreensão e compreensão do vocabulário, avançando em seguida para a interacção multilinguística.Segundo Edgard Fortes, presidente da Fundação Adolfo Vieira de Brito, o método multilinguístico deve ser aplicado idealmente durante dois anos, pois as crianças estão mais abertas a desenvolver estas capacidades logo a partir dos três anos.

Em declarações à Lusa, e a partir de investigações científicas no campo da linguística, o responsável explica que "quanto mais precoce for a aprendizagem de uma língua, melhor será o seu domínio e que é mais fácil aprender várias línguas em simultâneo do que sequencialmente".Por isso mesmo, as crianças do jardim-de-infância com 4 e 5 anos de idade têm aqui uma nova actividade.

A par com a pintura de desenhos, as histórias que são contadas e os jogos didácticos, as crianças aprendem palavras ou frases simples simultaneamente em português, francês, inglês e alemão, através do método multilinguístico.Começam por relacionar um gesto com uma imagem e a expressar essa palavra nas quatro línguas - técnica fonogestual. Depois segue-se a acção e ideia gestual, com recurso aos cartões.

As educadoras mostram as gravuras às crianças, que repetem o nome da figura ou acção representada, nas várias línguas.O método multilinguístico é implementado em pequenas sessões de cinco a dez minutos, duas a três vezes por semana, onde as educadoras, além de recorrerem a diversos jogos, também promovem dramatizações, utilizando simultaneamente programas de computador interactivos, que ajudam na apreensão da forma correcta de pronunciação das palavras.

"A linguagem é muito incipiente, mas a verdade é que as crianças rapidamente apanham o ritmo, detêm as palavras e começam a aprender, não a língua, mas frases, palavras isoladas, que depois no seu conjunto formam frases lógicas que fazem sentido", explica Edgard Fortes. Ainda assim, a implementação da nova actividade trouxe de início algum receio mas a experiência foi bem aceite e, segundo as educadoras, os resultados "têm sido satisfatórios". A formação, de acordo com Edgard Fortes, não é um problema, e as educadoras não precisam de ter um curso específico em línguas.

"Se a educadora não sabe, tem a 'cábula' atrás do cartão e depois tem ainda um dispositivo informático, onde as palavras estão escritas e são lidas na língua original", explica. No entanto, para uma melhor adaptação a esta nova actividade pedagógica, as educadoras deste jardim-de-infância privado receberam formação ministrada por Alberto Sousa.Actualmente, em Portugal, o método multilinguístico está a ser aplicado somente na Fundação Adolfo Vieira de Brito, às turmas de quatro e cinco anos, abrangendo 44 crianças. .......»

Fonte:Educare.pt