«Cecilia Minner, JB Online
RIO - Guerreira, a mulher contemporânea luta no mercado de trabalho. Enfrenta com unhas e dentes os problemas dos filhos. E ainda tem de ser uma rainha para o marido. Essas exigências sociais, associadas às alterações hormonais dos ciclos reprodutivos, levam a mulher a quadros depressivos duas vezes mais que o homem, segundo estudo do National Comorbidity Survey. O transtorno, que atinge cerca de 15% das brasileiras, é o que mais causa incapacitação no grupo.
É na pré-menstruação, no pós-parto e na perimenopausa (até quatro anos antes e um após a menopausa) que as mulheres ficam mais vulneráveis a desenvolver um transtorno depressivo, devido a oscilação de hormônio que afeta os neurotransmissores. No entanto, os fatores psicossociais são gatilhos incisivos.
Nos dias que antecedem a menstruação, os sintomas de irritabilidade e humor deprimido podem ser agravados por questões como instabilidade empregatícia e financeira, levando a mulher à depressão leve.
Já na gestação, um aborto espontâneo pode levar a mulher à grave depressão. E até mesmo uma intensa demanda do bebê pode estressar a mãe. Algumas chegam a rejeitar o filho. Mas o quadro depressivo pode ser diagnosticado durante a gestação – o excesso de fadiga pode ser um sintoma.
– Abusos físicos e sexuais na infância e adolescência também podem desencadear uma depressão mesmo 10 anos depois – alerta o psiquiatra Joel Rennó, que acaba de lançar o livro Mentes Femininas.
Na perimenopausa, as mulheres – em torno dos 50 anos – estão ainda mais sensíveis às alterações hormonais. A insatisfação com o corpo, os filhos que saem de casa e o marido que pode apresentar disfunção erétil são gatilhos para o transtorno. Essa fase caracteriza-se por irregularidades menstruais, pelos conhecidos fogachos (calores) e irritabilidade.
Um estudo liderado pela psiquiatra Cláudio Soares levantou que as mulheres na menopausa têm duas vezes mais riscos de desenvolver depressão. E se tiverem fogachos, a probabilidade é ainda maior. Porém, o grande vilão da mulher, o hormônio, pode também beneficiá-la.
– Como a flutuação de hormônio causa a depressão, equilibrando-os, com reposição hormonal pode ser uma solução. Os homens não se valem disso – explica Soares.
A reposição dos hormônios é, hoje, o tratamento preconizado para mulheres que apresentam o mal na perimenopausa.
– A inserção de hormônios, principalmente do estradiol, estimula a formação de neurotransmissores e melhora o quadro – garante a endocrinologista Odilza Vital.
A chef de cozinha Paulette Veiga, 53 anos, buscou a reposição por sofrer de insônia e cansaço. Ela diz que até seu cabelo melhorou.
Antes da prescrição de qualquer tratamento, o médico deve analisar o histórico da paciente. Caso necessário, há antidepressivos até para a fase pré-menstrual.
– Como os sintomas na TPM são leves, o medicamento têm doses mínimas de antidepressivos – explica a ginecologista Marta Borda. »
Fonte:JB on-line
Link:http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/25/e251015067.html
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Depressão afeta mulheres em dobro
Postado por Paulo Pires às 11/11/2008 02:00:00 da tarde
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