quarta-feira, 30 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Filhos: O desafio de uma vida


(continuação)
«A mesma consequência tem a presença de adesões pélvicas, tecido cicatrizado que permanece após uma infecção ou uma cirurgia pélvica e que, se envolver os ovários ou as trompas, pode afectar a fertilidade.



Estas são as causas mais comuns da infertilidade na mulher. Há outras como o uso de determinados medicamentos, a existência de deficiências ao nível da tiróide, o tratamento a cancros no sistema reprodutor e algumas doenças como o HIV/Sida ou a diabetes.



A estes factores junta-se o risco próprio associado à idade, ao peso e a determinados hábitos. Sabe-se, por exemplo, que as mulheres que fumam podem ver reduzidas as suas probabilidades de conceber, sendo os abortos mais frequentes. Sabe-se também que não existe uma quantidade de álcool segura quando se pretende engravidar. E que o excesso de peso pode afectar a ovulação.



Também as mulheres que seguem uma dieta demasiado restritiva ou que sofrem de desordens alimentares como a anorexia e a bulimia correm este risco. O mesmo acontece com as que são sujeitas a um esforço físico intenso, como as desportistas, em que são frequentes as irregularidades menstruais.



Quanto ao risco associado à idade, tem a ver com o facto de o potencial de fertilidade da mulher decair gradualmente quando ela entra na terceira década de vida. A mulher nasce com um número determinado de ovócitos, que vai sendo desperdiçado até à puberdade. Nessa altura, do milhão de ovos potenciais que possuía à nascença permanecem apenas cerca de 100 mil por ovário, não havendo renovação.







Pelo lado masculino



É ao nível do esperma que se centram as principais causas da infertilidade masculina. A começar pela ausência total de esperma, aquilo que se designa como azoospermia: é uma situação rara, mas possível e na sua origem está, geralmente, uma afecção grave ao nível dos testículos, bem como o bloqueio ou ausência de vasos deferentes.



Uma insuficiente concentração de espermatozóides também é causa de infertilidade, o que corresponde à existência de 10 milhões de espermatozóides por mililitro de sémen, ou menos, quando o normal são 20 milhões ou mais.



Pode ainda acontecer que os espermatozóides não possuam uma forma e estrutura apropriadas, o que os impede de se moverem rapidamente e na direcção certa. Quando isso acontece, podem não ser capazes de ir ao encontro do ovo, falhando a fertilização.



Considera-se ainda como causa de infertilidade masculina associada ao sémen a chamada ejaculação retrógrada: neste caso, durante o orgasmo, o sémen desloca-se para a bexiga em vez de avançar para o pénis.



É uma situação comum em homens que foram sujeitos a intervenções cirúrgicas pélvicas, ao nível da próstata, por exemplo. Ou nos diabéticos, bem como nalguns que tomam medicamentos do foro psiquiátrico. Outra condição possível é a ausência de ejaculação, o que pode acontecer em homens com lesões ou doenças ao nível de espinal-medula.



Nos testículos concentram-se também algumas das causas mais frequentes da infertilidade masculina. É o que se passa com o criptorquidismo, situação em que um ou ambos os testículos não descem do abdómen para o escroto durante o desenvolvimento fetal. Uma das consequências pode ser uma produção menor de esperma, dado que o testículo recolhido está submetido a uma temperatura mais elevada do que a do escroto.

A temperatura é, aliás, um dos factores que intervém na fertilidade do homem. É que a formação de esperma é mais eficiente a cerca de 34ºC, uma temperatura inferior à do corpo humano.



Mas os testículos conseguem mantê-la graças à sua localização, ou seja, por se encontrarem fora da cavidade corporal. Significa isto que um aumento da temperatura - devido, por exemplo, a uma febre prolongada ou à exposição ao calor excessivo (no banho diário ou na sauna) - pode prejudicar a produção de esperma, reduzindo a quantidade e mobilidade dos espermatozóides.



Ainda no domínio das causas da infertilidade masculina, o estado de saúde e o estilo de vida também têm uma quota de responsabilidade. Doenças como as da tiróide, a diabetes, a sida e insuficiência cardíaca e renal têm sido associadas a uma menor fertilidade, o mesmo acontecendo com o stress, uma alimentação deficiente em vitaminas e minerais, a obesidade, o consumo de álcool e o tabagismo.







Um (longo) caminho a dois



Quando o desejo de constituir família esbarra na incapacidade de conceber, emergem naturalmente múltiplos e potentes sentimentos. Mas é importante que, nesse tumulto de emoções, o casal encontre o caminho que o conduza à ajuda médica.



O primeiro contacto deve ser pelo médico de família ou pelo ginecologista, que o encaminhará para uma consulta da especialidade. Nos hospitais públicos ou em clínicas privadas, a Ciência consegue contornar muitas das razões de infertilidade.



Uma vez perante um especialista, ambos os membros do casal são sujeitos a uma série de exames de modo a identificar a causa da infertilidade. Existem testes específicos para determinar a infertilidade masculina e a feminina, ainda que, com frequência, haja uma combinação de factores a influenciar a dificuldade em conceber e não uma causa única. Além de que, nalguns casos, a infertilidade permanece por explicar.



O tratamento depende da causa, da duração da infertilidade e de muitos outros factores, sendo que há causas que não são passíveis de correcção. Estão, no entanto, disponíveis vários métodos que permitem a uma mulher engravidar e que passam por restaurar a fertilidade ou por uma das diversas técnicas de reprodução ou procriação medicamente assistida.



Restaurar a fertilidade implica uma maior frequência das relações sexuais para, assim, aumentar as probabilidades de concepção: é que os espermatozóides podem sobreviver no corpo da mulher por 72 horas e um ovo pode ser fertilizado nas 24 horas seguintes à ovulação, tratando-se de criar o máximo de oportunidades para que esse encontro seja bem sucedido.



Para as mulheres com desordens ovulatórias, a primeira linha de tratamento implica o uso de medicamentos específicos para regular a ovulação. São, no entanto, fármacos a que está associado o risco de nascimentos múltiplos. Quanto à infertilidade por obstrução das trompas de Falópio pode ser ultrapassada com recurso a cirurgia, sendo a laparoscopia uma das técnicas utilizadas para reparar os bloqueios e lesões.

Mais difícil de tratar é a infertilidade devida a endometriose: a terapia ovulatória é uma das alternativas, a par da fertilização in vitro, mediante a qual o ovo e o espermatozóide são unidos em laboratório e só depois transferidos para o útero.



A fertilização in vitro é, aliás, uma das técnicas pioneiras da chamada reprodução medicamente assistida. Mas há outras como a infecção citoplasmática, que consiste numa técnica microscópica de implantação directa de um único espermatozóide num ovo.



Estas são técnicas que resultam melhor em mulheres com um útero saudável, que respondam bem aos medicamentos de fertilidade e que ovulem naturalmente. Há, no entanto, algumas complicações possíveis. Desde logo, a de uma gravidez múltipla, mas também a de hiperestimulação dos ovários, mais frequente nas mulheres com ovário poliquístico.



Quanto às causas da infertilidade masculina, a sua identificação e consequente tratamento envolve um conjunto de testes que visam, antes de mais, avaliar a condição física, para despiste de doenças que tem ou já teve, medicamentos que toma habitualmente e hábitos sexuais.



Depois, é feita uma análise ao sémen, de modo a aferir da quantidade e qualidade dos espermatozóides. Permite ainda detectar eventuais infecções ou a presença de sangue. Uma análise ao sangue pode também ser necessária, com o objectivo de medir os níveis de testosterona, a principal hormona masculina.



Homens e mulheres partilham algumas abordagens, de que é exemplo o aumento da frequência das relações sexuais. Mas há intervenções mais específicas, dirigidas à quantidade e/ou qualidade do esperma.



A alternativa pode ainda residir em medicamentos utilizados para induzir a ovulação na mulher: são fármacos, como o clomifeno, que contribuem para aumentar a quantidade de esperma, ainda que não influenciem a sua qualidade ou mobilidade.



Nos homens com esperma normal, mas escasso, os índices de gravidez melhoram com a inseminação artificial, em que é aproveitada a primeira porção do sémen ejaculado, mais rica em espermatozóides. A fertilização in vitro e a transferência de gâmetas também são eficazes em determinados tipos de infertilidade masculina.



Independentemente das alternativas, este é um caminho feito de avanços e recuos. Porque o mais provável é serem necessárias várias tentativas até se vencer o desafio de dar vida a um filho do amor. Com a certeza de que, em Portugal, são cada vez mais os bebés que a Ciência traz ao mundo.



Muitos passos se deram desde que, em 1986, nasceu o primeiro filho da reprodução medicamente assistida no nosso país.







(in)Fertilidade



Apoiar, informar e defender as pessoas inférteis em Portugal é o objectivo da Associação Portuguesa de Fertilidade, constituída em Maio de 2006 a partir de um movimento cívico e associativo em torno da infertilidade. Na sua origem esteve a constatação de que, duas décadas após o início da procriação medicamente assistida no nosso país, ainda era muita a falta de informação e muito o desinteresse pelas questões (psicológicas, sociais e económicas) em torno da infertilidade.



Dois anos depois, e já com uma lei sobre a procriação medicamente assistida, a associação continua a pugnar pela assistência médica e psicológica das pessoas inférteis em Portugal.



Dos seus objectivos consta a celebração de parcerias com entidades públicas e privadas nesta área, a promoção do alargamento da rede pública dos centros de tratamento de infertilidade e a certificação internacional das clínicas privadas, incluindo a publicitação das respectivas taxas de sucesso, da equipa médica e dos preços praticados, a construção de uma base de informação detalhada sobre todas as questões relacionadas com a infertilidade em Portugal, incluindo um directório com as clínicas públicas e privadas, locais de alojamento, processos nacionais e internacionais de adopção de crianças e um manual sobre a infertilidade.



Propõe-se ainda promover o debate público e científico sobre a infertilidade, nomeadamente através de acções de divulgação e mediante o patrocínio de encontros científicos, criar uma linha telefónica específica e uma rede nacional de aconselhamento e apoio psicológico, estabelecendo contratos com profissionais na área da saúde e formando um conjunto de associados disponíveis para trabalho de voluntariado, bem como representar as pessoas inférteis junto das instituições e agentes, particulares ou estatais, que em Portugal se ocupem de matérias relacionadas com a infertilidade.



Para a prossecução dos seus objectivos, associou-se em Fevereiro de 2007 à Plataforma Saúde em Diálogo, uma estrutura de solidariedade e entreajuda que reúne promotores de saúde, associações de doentes e consumidores. Criada sob a égide da Associação Nacional das Farmácias, a plataforma representa já 29 entidades.



São os seguintes os contactos da Associação Portuguesa de Fertilidade:



Sede - Rua Mestre Albino Moreira, 54 R/C Dto. Frente, 4250-546 Porto



Delegação de Lisboa - Praça S. João Bosco, Nº 22, 7º D, 1350-297 Lisboa



O atendimento ao público carece de marcação prévia, por telefone ou correio electrónico:



Telefone - 96 614 1251, de 2ª a 6ª das 14:00 às 19:00
Email - apf@apfertilidade.org.
Página na Internet - www.apfertilidade.org. »

Fonte: Medicos de Portugal
Link:http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/2897/?textpage=5

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Filhos: O desafio de uma vida (Parte 1)


«Querer um filho e não conseguir é uma dor conhecida de muitos casais. Mas não partilham apenas a dor: partilham também a esperança que depositam na Ciência para vencerem o desafio de uma vida.

O caminho da infertilidade é longo e difícil, repleto de obstáculos, mas também de muita esperança. É um caminho que é percorrido por cada vez mais casais, estimando-se actualmente que entre 15 a 20 por cento da população sofra desta doença.



Muitos sofrem, provavelmente, em silêncio, a crer nos dados que apontam para que em Portugal se façam 250 ciclos de tratamento de Procriação Medicamente Assistida (PMA) por milhão de habitantes, uma média quatro vezes e meia inferior à da União Europeia.



Para aproximar estes valores dos europeus - na ordem dos 1100 ciclos por milhão de habitantes - foi criado o Projecto de Incentivos à PMA. Este plano será aplicado aos hospitais públicos, onde as listas de espera chegam a atingir os dois anos.



A intenção é que o sector público dê resposta a pelo menos metade dos casos, prevendo-se que os restantes sejam encaminhados para o sector privado. Recentemente também foi anunciada a comparticipação a 100 por cento dos chamados tratamentos de primeira linha ((inseminação artificial e estimulação ovárica) e do primeiro ciclo de tratamentos de segunda linha (fertilização in vitro e microinjecção intracitoplasmática de espermatozóide) realizados nas clínicas privadas.



São medidas de que poderão beneficiar os muitos milhares de casais inférteis que se estima existirem no nosso país.







Infertilidade...



São casais com dificuldade em conceber, sendo que a infertilidade se define quando a gravidez desejada não é alcançada ao fim de um ano consecutivo de relações sexuais sem contracepção. É essa a definição da Organização Mundial de Saúde e é essa a base de trabalho para cientistas e médicos.



São muitos os factores que influenciam a fertilidade. Desde logo os mecanismos da reprodução humana. Não são propriamente um simples. Para que aconteça uma gravidez é preciso que tudo corra bem na ovulação e na fertilização. Há um conjunto de acontecimentos que se desenrolam em cadeia, bastando que um elo não funcione correctamente para adiar o momento da concepção.



Na mulher, tudo começa ao nível do cérebro, com a glândula pituitária a enviar todos os meses um sinal para que os ovários preparem um ovo para a ovulação. Essa preparação dá-se por influência de duas hormonas, que estimulam os ovários.



A ovulação acontece, na maioria das mulheres, ao 14º dia do ciclo menstrual, com o ovo a ser libertado pelos ovários e capturado por uma trompa de Falópio. Aí permanece viável por 24 horas, se bem que a melhor altura para ser fertilizado é nas 12 horas seguintes à ovulação. E a fertilização acontece se entretanto um espermatozóide o alcançar. Se esta união se concretiza, o ovo movimenta-se em direcção ao útero, onde se desenvolve a gravidez.



No que ao homem diz respeito, muito pode acontecer no processo de fertilização, mediante o qual um espermatozóide alcança um ovo e o fecunda. Antes de mais é preciso que haja espermatozóides em quantidade suficiente, que possuam a forma e a dimensão adequadas e que se movimentem na direcção certa. E é preciso que haja sémen suficiente para transportar os espermatozóides.

Num homem adulto, o esperma é produzido em contínuo pelos testículos, ficando armazenado até uma ejaculação estar prestes a acontecer. Nessa altura, é transportado até ao canal ejaculatório, onde se junta a um líquido produzido pelas vesículas seminais, o que dá origem ao sémen. No momento da ejaculação, o sémen desloca-se pela uretra até ao exterior, o que, para que uma gravidez seja possível, tem de corresponder à vagina.



São, pois, muitos os elementos em jogo. A fertilidade não é um dado adquirido, nela podendo interferir tanto factores femininos como masculinos, numa relação equilibrada. Casos há em que as causas têm dupla origem e outros em que não são detectadas razões concretas.







Pelo lado feminino



Há um vasto rol de causas da infertilidade feminina, a começar por lesões ou bloqueios nas trompas de Falópio. Devidas normalmente a uma inflamação, como a clamídia, estas lesões impedem o ovo de progredir ao longo da trompa, podendo abrir caminho à sua instalação fora do útero e, assim, dar origem a uma gravidez ectópica, inviável. O risco aumenta com a recorrência das infecções.



Outra razão de infertilidade é a endometriose, caracterizada por crescimento de tecido uterino fora do útero, nomeadamente nos ovários ou nas trompas de Falópio. Este tecido responde ao ciclo hormonal, pelo que sofre as mesmas mutações do tecido que reveste o útero, o que pode originar inflamação.



Dores pélvicas e infertilidade são consequências possíveis. Também as desordens na ovulação podem interferir na reprodução: provocadas por desregulação no funcionamento da glândula pituitária, fazem com que haja deficiências na produção das hormonas que estimulam os ovários. Entre as causas desta desregulação incluem-se lesões a nível cerebral, tumores na pituitária, exercício excessivo e anorexia nervosa.



Causa de infertilidade feminina é ainda a existência de níveis elevados de prolactina, a hormona que estimula a produção de leite. Em mulheres que não estão grávidas, este excesso pode afectar a ovulação, além de que pode indiciar a presença de um tumor na pituitária.



Já o ovário poliquístico tem a ver com um aumento na produção de hormonas masculinas (androgénios), o que acontece sobretudo em mulheres com elevada massa corporal. Em consequência, os ovários revelam-se incapazes de produzir ovos maduros.

Os folículos começam a crescer, mas não amadurecem, acabando por permanecer nos ovários, não havendo ovulação. A ausência de menstruação é, pois, um dos sintomas.


Sem menstruação ficam também as mulheres a quem acontece uma menopausa precoce (antes dos 35 anos). Muitas das vezes desconhece-se a causa, mas sabe-se que doenças auto-imunes, o tratamento do cancro por rádio ou quimioterapia e o tabagismo estão associados a esta falência prematura dos ovários.»




Comum na mesma altura da vida é a existência de tumores benignos (fibróide) nas paredes do útero. Ao interferirem com o contorno do útero, e se bloquearem as trompas de Falópio, podem ser causa de infertilidade. (...)

Continua ...
Fonte: Medicos de Portugal

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Trauma de pais de bebês na UTI é similar ao vivido em guerras


«A técnica sempre dividiu a opinião dos médicos. Com a revisão, ela passa a ser proibida no país

Simone Tinti

Considerada como mais uma questão polêmica, que sempre dividiu a opinião dos médicos, a escolha do sexo do bebê passa a ser oficialmente proibida no país. A norma foi anunciada nesse fim de semana durante a IV Conem (Conferência Nacional de Ética Médica), em São Paulo, como parte da revisão do Código de Ética Médica (escrito em 1988). Com a decisão, portanto, fica proibido criar embriões para pesquisa e escolher o sexo do bebê em clínicas de reprodução assistida.

As novas regras entram em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. Além dessa regra, as novas medidas incluem, ainda, a necessidade de um limite mais claro na relação entre os médicos e a indústria farmacêutica, além de determinar que os profissionais da saúde não podem obter vantagens financeiras pela comercialização de medicamentos e próteses, e nem participar de consórcios para a realização de procedimentos como cirurgias plásticas.»

Fonte:Revista Crescer
Link:http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI90648-10545,00-REVISAO+DO+CODIGO+DE+ETICA+MEDICA+VETA+ESCOLHA+DO+SEXO+DO+BEBE.html

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Confira 10 dicas para fazer seu filho dormir sozinho


«Rosana Ferreira

Lugar de criança é na cama dela e no quarto dela. E essa atitude deve começar desde cedo, ainda bebê. Parece um sonho? Se o seu filho teima em dormir no meio do casal, pare agora, antes que o sonho vire um pesadelo. "Quanto mais tempo a criança dormir com os pais, mais difícil será tirar esse costume", disse a psicóloga Angélica Capelari, da Universidade Metodista de São Paulo. Comece, portanto, a aplicar as dicas da professora de psicologia para evitar problemas no futuro. Para a criança e para o casal. Não é fácil, requer paciência e perseverança, mas vale a pena.

» Criança na cama dos pais pode revelar problemas no casamento

1- A partir dos seis meses já é possível deixar o bebê dormindo sozinho no seu próprio quarto. Só será preciso levantar durante a madrugada para as trocas e eventuais mamadas noturnas. É claro que deixar o bebê na cama dos pais pode ser mais cômodo para eles, mas a especialista garante que é bem mais fácil espantar a preguiça agora do que ensinar a criança - já maior - a dormir no seu próprio quarto.

2- Os pais podem se revezar nessa tarefa, já que não é fácil levantar no meio da noite, com sono, cansado e, às vezes, com frio.

3- Se o filho já está acostumado a dormir no meio dos pais, é hora de reverter a situação. A rotina pode ser uma grande aliada, portanto imponha um horário para a criança e vá preparando a casa momentos antes: diminua as luzes, desligue a TV e aparelhos de som e feche as janelas. Assim a criança vai entrando num ritmo menos acelerado, mais propício ao sono.

4- Coloque regras que possam ser cumpridas. Não adianta dizer à criança que ela precisa dormir às 21h, mas a casa continua agitada.

5- Nada de deixar a luz principal do quarto infantil acesa. Se precisar, use abajur, bichinhos ou tomadas iluminadas. Assim também fica mais seguro se caso a criança levantar no meio da noite.

6- A hora de dormir deve ser um momento prazeroso. Os pais podem contar histórias, colocar músicas suaves e conversar sobre a rotina do dia até a criança dormir.

7- Essa transição não pode ser traumática para o filho nem para os pais. Portanto, eles devem ficar no quarto. Nos primeiros dias, deitados com a criança até ela dormir. Depois, sentados. E, por fim, permanecer na porta para dar boa-noite. Ou seja, vão saindo de cena aos poucos, para a criança se sentir segura e eles não acharem que estão abandonando o filho.

8- Os pais precisam colocar limites e não ceder a manhas. Se ceder uma vez - por frio ou doença -, a criança aprende que os pais cedem e vai repetir a manha sempre, não importa onde e em que situação. É essencial não ceder a choros, súplicas e chantagens: ela deve ser colocada de volta na sua cama sempre que necessário. Uma hora ela desiste.

9- Se a criança acorda no meio da noite e pede para dormir com os pais, é bom investigar as causas. Se ela está doente, deve continuar no quarto dela recebendo os cuidados necessários dos pais. Se está com medo, vale dar um passeio pelo quarto infantil, abrir armário e gavetas, olhar debaixo da cama e observar cada cantinho para mostrar que não existem monstros nem fantasmas. Mas, nunca a criança deve voltar para a cama dos pais.

10- Um pedido para os pais deixarem o filho dormir entre eles, sem desculpas (medo, sentimento de abandono, doença fictícia), pode ser acatado eventualmente, mas é bom deixar claro que é por um tempo limitado e a criança vai voltar para a cama dela.

Especial para Terra»

Fonte:Terra
Link:http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI3942345-EI1377,00-Confira+dicas+para+fazer+seu+filho+dormir+sozinho.html

Novo berço evita o bolçar dos bebés


«O departamento de pediatria do Hospital Universitário de Bruxelas, na Bélgica, desenvolveu um berço capaz de evitar o bolçar, um problema estomacal que afecta um entre cada cinco bebés e pode causar irritação no esófago, avançou hoje a BBC»

Fonte: Sol
Link:http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=146623

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cientistas criam incubadora que será vendida a 25 dólares


«A incubadora desenvolvida por cientistas da Universidade norte-americana de Stanford chama-se Embrace (Abraçar) e vai ser comercializada, a partir deste ano, por 25 dólares, na Índia. Trata-se de uma espécie de saco térmico para acondicionar bebés prematuros ou de baixo peso, aumentando as suas possibilidades de sobrevivência.»

Fonte:SIC
Link:http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/Cientistas+criam+incubadora+que+empresa+vai+vender+a+25+dolares.htm?wbc_purpose=basi%252

Teste nos ovócitos melhora a reprodução assistida


«Por toda a Europa, as taxas de infertilidade estão a aumentar. Entre 12 a 15% dos casais em idade reprodutiva sofrem de uma forma ou outra de infertilidade. Apesar dos progressos feitos ao nível do tratamento, apenas 25 a 27% dos embriões implantados resultam num nascimento bem-sucedido. Para ter os seus dois filhos por fecundação in vitro, Charlotte passou por um processo desgastante:

“Comecei aos 25 anos. Ao final de um ano fiz um balanço. 2 anos depois de ter parado com a pílula comecei a fazer inseminações. Fiz 6 inseminações no total e depois passei à fecundação in vitro. E aí, tive de fazer 3 fecundações in vitro para, por fim, ter a alegria de um resultado positivo. Psicológicamente foi muito desgastante”.

Muitas vezes, os médicos não conseguem explicar porque é que os embriões são implantados com sucesso ou não.
Compreender porque é que tantos embriões são rejeitados seria um passo muito importante para melhorar os tratamentos de fertilidade.

Para ajudar pessoas como Charlotte, foi lançado em 2004 o programa europeu EMBIC (Embryo Implantation Control) para melhorar a tecnologia de reprodução assistida. A investigação está a ser conduzida no laboratório de imunologia Centro Polivalente Cubo na cidade de Florença, em Itália.

Para testar a compatibilidade dos embriões com o útero o mais cedo que for possível, o líquido folicular em torno dos óvulos é analisado numa máquina, a Luminex, capaz de ver a composição deste líquido a partir de uma amostra minúscula.

Dra. Marie-Pierre Piccini, investigadora no laboratório de imunologia Centro Polivalente Cubo:
“Descobrimos que no líquido folicular há uma molécula presente chamada G-CSF. Sabemos que o ovócito deste líquido folicular irá implantar-se. Portanto é um novo bio-marcador, o único que conhecemos até agora, que permite seleccionar o ovócito com o mais alto potencial de implantação”.

Graças a este aparelho de análise, e a este marcador descoberto no líquido que rodeia o óvulo, os cientistas são capazes de determinar a capacidade de um embrião ser implantado com sucesso num útero. Segundo a equipa do EMBIC, este avanço permite calcular a probabilidade de sucesso de uma implantação. Os resultados são muito positivos nas fecundações in vitro: os riscos de gravidez múltipla foram reduzidos e sabe-se à partida a probabilidade que os ovócitos têm de ser implantados com sucesso.

Dra. Nathalie Lédée, ginecologista: “Este teste irá permitir-nos saber que mulheres não necessitam de uma híper estimulação dos ovários e pode dar-nos pistas importantíssimas para as mulheres, porque elas vão saber à partida as reais possibilidades de terem um bebé saudável. Por isso, é muito importante”.

Este teste para determinar a compatibilidade do ovócito com o útero estará pronto dentro de pouco tempo. Desta forma será possível evitar a utilização de embriões não viáveis nas fecundações in vitro. A aplicação desta investigação da EMBIC vai permitir aumentar as taxas de sucesso nos tratamentos de fertilidade e simultaneamente reduzir o número de tratamentos de fecundação, o que naturalmente irá reduzir o desgaste para a mulher normalmente associado à reprodução assistida.»

Fonte:Euronews
Link:http://pt.euronews.net/2009/09/01/teste-nos-ovocitos-melhora-a-reproducao-assistida/

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Gravidez: Vómitos sem tréguas


«Náuseas e vómitos severos perturbam a gravidez das mulheres que sofrem de hiperemese gravídica, uma situação clínica severa que pode ameaçar a saúde da mãe e do bebé. E que é alvo de ideias erradas, estigmatizando a grávida e afectando as suas relações.
Os enjoos matinais são quase inevitáveis nas primeiras semanas de gravidez. Acompanhados ou não de vómitos ocasionais, a maioria das mulheres sente-os e, para muitas, são até o primeiro sinal de que uma nova vida se está a gerar. É, no entanto, um mal-estar passageiro, que se ultrapassa com alguns gestos de conforto e que tende a desaparecer à medida que o primeiro trimestre se aproxima do fim.

Todavia, há mulheres - ainda que uma escassa percentagem - para quem os enjoos e os vómitos são tudo menos um mal-estar ocasional e passageiro: constituem um incómodo persistente que as deixa bastante debilitadas. São mulheres que sofrem de hiperemese gravídica.

Além das náuseas e vómitos severos, esta condição é denunciada por perda de peso, aversão aos alimentos, diminuição da quantidade de urina, dores de cabeça, desidratação, icterícia e confusão.

Em consequência, há um desequilíbrio nos fluidos do organismo e no metabolismo, com deficiências nutricionais prejudiciais tanto para a mulher como para o feto.

É, geralmente, entre a quarta e a sexta semana de gestação que a hiperemese gravídica se declara. Algumas mulheres encontram alívio pela 15ª ou 20ª semana, mas outras sofrem este incómodo durante toda a gravidez.

Os enjoos e os vómitos repetem-se ao longo do dia, sem tréguas, impossibilitando a ingestão de alimentos, sejam eles sólidos ou líquidos. Nenhum permanece o tempo suficiente no sistema digestivo para cumprir a sua função nutricional.

O esforço associado a este mal-estar deixa a grávida prostrada, esgotada, ao ponto de ser incapaz de tomar conta de si própria e de desempenhar as tarefas do quotidiano. Os enjoos e vómitos são tão intensos que interferem nas actividades profissionais, acabando por confiná-la a casa. E mesmo aqui limitam-na, deixando-lhe poucas opções para além do repouso.

Esta é uma situação que facilmente abre caminho a estados depressivos e de ansiedade. Mulheres há que se sentem culpadas, receando pôr em causa a vida do bebé: em consequência, podem forçar-se a comer, mesmo sabendo que vão vomitar de seguida, o que agrava ainda mais o impacto psicológico desta doença.

Aliás, em torno da hiperemese gravídica subsistem algumas ideias erradas, nomeadamente a de que este mal-estar extremo significa que o corpo materno está a tentar expulsar o feto. É o desconhecimento que alimenta estas ideias, mas a verdade é que são suficientemente perturbadoras para a própria mulher e para quem a rodeia, podendo afectar, nomeadamente, as relações conjugais.
Um problema complexo

Este não é um problema psicológico, mas sim fisiológico. Para os médicos esta é uma questão que não suscita dúvidas, embora ainda não estejam identificadas as causas. O que se sabe é que não é possível prevenir.

Mas tratar é e quanto antes melhor. Nos quadros mais ligeiros, repouso e alterações na alimentação podem ser suficientes. Mas quando os vómitos são persistentes e impedem uma nutrição adequada pode ser necessário hospitalizar a grávida para administração de fluidos intravenosos.

Desta forma, restauram-se os níveis de líquidos, vitaminas e minerais. A intervenção médica pode ainda envolver a prescrição de medicamentos, nomeadamente anti-eméticos e anti-refluxo (para controlar os vómitos).

Porém, a administração de fármacos requer uma avaliação prévia da relação risco-benefício, uma vez que alguns não são aconselhados e outros são até interditos durante a gravidez. Por razões de segurança, a grávida não deve, pois, tomar a iniciativa de se medicar.

Tratar a hiperemese gravídica pode ser complexo, mas é fundamental actuar precocemente de modo a evitar complicações. É que náuseas e vómitos extremos resultam, com frequência, em desnutrição e malnutrição, mas também podem potenciar danos no sistema digestivo, nomeadamente no fígado. Existe ainda um risco acrescido de parto prematuro, estando a ser estudadas as eventuais consequências para o bebé decorrentes do estado de desnutrição da mãe.

Certo é que, apesar de pouco frequente e pouco conhecida, esta condição existe e tem um impacto individual, familiar e social. A mulher sofre triplamente, a nível físico, psicológico e relacional. Um sofrimento que não é fácil de prevenir, mas que se pode gerir desde que haja uma intervenção atempada. Para uma gravidez o mais confortável e tranquila possível.

Há mal-estar e há hiperemese...
O mal-estar matinal associado à gravidez e a hiperemese gravídica têm em comum as náuseas e os vómitos. Mas são as únicas semelhanças, porque se trata de condições com uma gravidade bastante diferente:

• As náuseas matinais apenas ocasionalmente são acompanhadas de vómitos, mas as da hiperemese desencadeiam vómitos quase automáticos e severos;

• No mal-estar matinal, as náuseas desaparecem pelo primeiro trimestre, na hipemerese mantêm-se até ao fim;

• Os vómitos da hiperemese causam desidratação, os do mal-estar matinal não;

• Os vómitos do mal-estar matinal não impedem a ingestão de alimentos, mas na hiperemese há o risco de desnutrição por não se conseguir manter a comida no estômago.»

Fonte: Médicos de Portugal
Link:http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/2851/?textpage=2

REINO UNIDO: Registo de nascimento com duas mães é agora possível


«Casais de lésbicas que recorram à procriação medicamente assistida podem a partir de hoje registar o nome de ambas no registo de nascimento em Inglaterra e Gales.

A lei entrou em vigor hoje, mas é aplicável a todos os casais de lésbicas que tenham recorrido à inseminação artificial desde 5 de Abril deste ano.

A medida vai simplificar dramaticamente a vida destes casais que anteriormente teriam de passar por um processo de co-adopção, ao contrário do que acontecia com casais de sexo diferente.

O Ministro dos Assuntos Internos, Lord Brett, referiu-se à alteração como uma "mudança positiva" explicando que "pela primeira vez o casais de mulheres que têm uma criança usando um tratamento de fertilidade têm os mesmos direitos que os casais heterossexuais de serem apresentadas como progenitores no registo de nascimento." Completando que "é vital que possamos ter igualdade sempre que possível na sociedade, especialmente quando as circunstâncias familiares continuam a mudar".

Em declarações à BBC, Ruth Hunt do grupo de defesa dos direitos LGBTTI Stonewall referiu que "os casais de lésbicas no Reino Unido que tomam a decisão consciente de começar uma família vão poder ter finalmente acesso igual a serviços que ajudam a financiar como contribuintes."

Mas nem todos estão felizes com a alteração, a deputada Nadine Dorries, afirmou que a medida vai "minar o modelo familiar tradicional" defendendo que para uma "sociedade estável, uma mãe e um pai e crianças é o modelo que funciona melhor."»

Fonte:PortugalGay
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