terça-feira, 10 de julho de 2007

Planeamento financeiro


Perante uma nova realidade deve-se começar a ter uma perspectiva prática das coisas. Um novo membro na familia implica novas responsabilidade e novos custos. Existem uma série de produtos e serviços que vai necessitar. Há que começar a poupar.

Tenho pena que de facto estes assuntos relacionados com finanças pessoais não sejam divulgados (ou não sejam muito divulgados) no nosso pais. Em Iinglaterra e nos EUA existem vários blogs e sites sobre finanças pessoais, inclusivé softwares para ajudar a gerir as contas e despesas pessoais (ex: Money da microsoft). Com uma carga fiscal pesada e um poder de compra cada vez menor, há que cortar nas despesas, mas até para cortar é necessário saber onde, como e de que forma. Estabelecer prioridades, pois estas são subjectivas e dependem de familia para familia, e há que manter motivada toda a familia nesta ardua tarefa de poupar.

Os passos importantes serão:

1º Passo – Fazer um apanhado das despesas mensais que temos;

2º Passo – Analisar as despesas mensais e estabelecer prioridades.

3º Passo – Fazer um orçamento;

4º Passo – Acompanhar o desenvolvimento desse orçamento.

Parece excessivo? Parece complicado? Pois não o é, requer um pouco de esforço e dedicação mas depois é um processo que flui com normalidade. Existe aquela conhecida frase “Não há almoços grátis.”, que de alguma forma espelha a mensagem que se pretende transmitir. Sem esforço nada se consegue, tudo tem o seu custo. Temos que pensar no objectivo final, providênciar à nossa familia a satisfação continuada das suas necessidades básicas.

1º Passo – Fazer um apanhado das despesas mensais que temos;

O primeiro passo é munirmo-nos dos nossos extractos bancários, facturas de água, electricidade, água, gás, telemóveis, talões das compras de mercearia e outras.
Fazer um quadro, o ideal seria trabalhar no excel, mas a maneira antiga (papel e calculadora) produz os mesmos resultados, (embora mais demorado).

Deve-se fazer um quadro que na primeira linha tenha os meses do ano e na primeira coluna a descrição das despesas (dica: subdividir as despesas por categoria ex: “Casa” inclui electricidade, gás, água, empréstimo, seguros, ...).

Disponibilizo este mapa em excel para quem quiser só terá que o solicitar por mail (planeamento.gravidez@gmail.com).

2º Passo – Analisar as despesas mensais e establecer prioridades;

Depois de preencher este mapa há que perceber onde se gasta o rendimento mensal familiar. E começamos a ter noção que normalmente a maior fatia vai para o empréstimo da casa e seus seguros “obrigatórios”. Começamos a ver que existem várias despesas mensais que são um exagero!!!!!
Convêm aqui começar a establecer prioridades, normalmente as prioridades recaem na saude e na alimentação. Pelo que a parte do lazer será a sacrificada, não eliminada apenas será adaptada á nova realidade.

Dicas ...

- As idas ao cinema podem ser trocadas por um passeio ou á beira praia/rio, pelo campo ou pela vizinhança, dedicando mais tempo à familia, ou então trocado por um filme em casa. Não faltaram alternativas.
- As saidas para jantar fora podem ser trocadas por um jantar feito em familia e pela familia. Priveligiando o espaço e tempo com a familia.
- Aqueles telefonemas desnecessários para falar sobre assuntos muitas vezes banais podem ser adiados e falados pessoalmente.
- È um bom momento para se deixar de fumar, que melhor razão para deixar de fumar que o nascimento de um filho?

Renegociação dos créditos bancários

- É também um bom momento para começar a renegociar os créditos que têm. O mercado está muito concorrêncial devido à padronização dos arredondamentos das taxas de juro e diminuição da taxa de penalização por amortização antecipada. Os bancos têm promoções em que suportam todas as despesas se mudar o empréstimo para esse banco e oferecem spreads muito competitivos. Sugiro que consultem outros bancos e depois antes de mudar falem com o vosso banco. Pois haverá grande probabilidade do vosso banco cubrir as propostas dos concorrentes. Quando analizarem as propostas reparem em todos os encargos subjacentes (seguros, comissões de processamento, comissões de liquidação, obrigatoriedade de subscrição de produtos, ...).

3º Passo – Fazer um orçamento;

Primeiro acho que é importante defenir o que é um orçamento, orçamento não será mais do que uma previsão das despesas que vamos ter durante um determinado tempo.

Convem fazer este mapa baseando-se nas despesas acima encontradas. E colocar também os rendimentos que estamos a pensar auferir, isto para ter a noção de quanto dinheiro nos sobra.

Uma questão da maior importância será ter a noção que a gravidez , o parto e o facto de existir mais um membro na familia implica gastos significativos.

Na gravidez, temos as despesas das consultas, farmácia, análises, alimentação, pois esta requer que seja mais variada, cuidada e saudável. Existe também roupa para a mãe, cremes, curso pré-parto,etc.

Existe também, a possibilidade de se fazer uma pequena poupança para emergências (para fazer face a alguma eventualidade não acautelada, mas tal como o seu nome a ideia será utilizar esta poupança só em caso de emergência).

No parto, existe a própria despesa do parto, roupinha para o bébe, acessórios diversos, cremes, medicamentos.

No “pós parto”, existem despesas como cremes, medicamentos, caminha para o bébe, carrinho, despesas relacionadas com a recuperação da mãe, e um conjunto de acessórios para higiene, alimentação, vestuário da criança.

Não quero assustar ninguém, mas essa foi a minha primeira reacção quando me propus fazer um planeamento financeiro.

Só despesas, despesas e mais despesas, ... Há que ter em conta, nas nossas contas também uma ajuda, que é o subsidio de maternidade/partenidade (assunto que dedicarei mais tempo noutras mensagens). O subsídio irá substituir o vencimento do pai/mãe que estiver em licença.

4º Passo – Acompanhar o desenvolvimento desse orçamento.

Após se fazer o orçamento convem acompanhar mensalmente aquilo que foi previsto. Para termos noção do que se passou, se algum dos nosso pressupostos se alterou, e que implicações estará a ter na nossa previsão. Pode ser necessário fazer mais cortes, e é melhor que seja o mais cedo possível, para se fazerem de uma forma que não afecte as nossas prioridades básicas, e se possa corrigir sem grandes estragos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Novamente (ver comentário dos seguros de saúde): UAU!
MJF