«www.segs.com.br - Fonte ou Autoria é : Alice Oliveira
07-Jan-2009
Medicina reprodutiva enfrenta o seguinte dilema: o ideal é transferir mais embriões e aumentar as chances de gravidez, ou transferir menos e evitar gestações de alto risco?
Casais que se deparam com problemas de fertilidade e optam por algum tipo de tratamento muitas vezes querem ter gêmeos ou trigêmeos, especialmente quando estão no final da vida reprodutiva, numa tentativa de compensar o tempo perdido. Outra situação comum é a transferência de vários pré-embriões para o útero da mulher com o objetivo de ampliar as chances de sucesso. Mas evitar a gestação múltipla pode ser considerado um desafio para a reprodução assistida. "O nascimento de múltiplos bebês é considerado um problema de saúde pública, pois aumenta os riscos causados às gestantes e aos recém-nascidos, além de representar alto custo financeiro", avalia a especialista em reprodução humana Hitomi Nakagava, da Clínica Genesis.
Para as mulheres, os riscos da gravidez múltipla são muitos. Segundo Hitomi, pode ocorrer, entre outros distúrbios, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, sangramentos, anemias e parto prematuro. A médica da Genesis afirma que as complicações, conseqüentemente, afetam também os recém-nascidos, que podem apresentar seqüelas de prematuridade, como distúrbios respiratórios ou motores e até problemas cerebrais.
Em termos de reprodução humana, a medicina enfrenta um dilema. Quanto maior o número de pré-embriões implantados, maiores são as chances de sucesso. "No Brasil, o custo das tentativas para engravidar é elevado e, em grande parte das vezes, assumido pelo próprio casal. O valor impede que sejam feitas várias tentativas uma após a outra", conta Hitomi. Mas, segundo ela, o ideal é que seja transplantado somente um pré-embrião de excelente qualidade por vez, ou, no máximo, dois. Mais do que isso só deve ser feito se a qualidade dos pré-embriões ou dos gametas não for boa, o que pode depender da causa que levou ao tratamento.
No Brasil, uma resolução do Conselho Federal de Medicina admite a transferência de até quatro embriões. A especialista diz que é importante otimizar os resultados e manter bons índices de gravidez, mas sem aumentar a incidência de gestação múltipla. Em mulheres jovens, aconselha-se que os outros gametas (óvulos) que apresentam boas condições de fecundação ou pré-embriões sejam vitrificados (congelados), para o caso de o casal decidir ter mais filhos no futuro.
Em países da Europa, por exemplo, pessoas com problemas de fertilidade têm o tratamento financiado pelo governo. Ainda assim, esses países estão empenhados em reduzir o índice de gestações múltiplas e orientam que seja transferido um único embrião de qualidade nos procedimentos de Fertilização In Vitro. "É função do especialista orientar os pacientes e decidir junto a eles a melhor opção em longo prazo", conclui Hitomi Nakagava.
Hitomi Nakagava
Ginecologista e especialista em Fertilização Assistida e Endoscopia Ginecológica pela Tohoku University School of Medicine Sendai - Japão. Especialista em videolaparoscopia e videohisteroscopia pela Febrasgo. Membro da American Society for Reprodutive Medicine - ASRM, da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica.(...)»
Fonte:Segs
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
GESTAÇÃO MÚLTIPLA: SOLUÇÃO OU PROBLEMA?
Postado por Paulo Pires às 1/14/2009 09:00:00 da manhã
Marcadores: Fertilidade, Noticias
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