sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pesquisa da USP revela que poluição reduz nascimento de meninos


«A poluição atmosférica compromete o sistema reprodutivo do homem e causa infertilidade. A constatação é da pesquisa “Poluição atmosférica em São Paulo diminui o nascimento de meninos e camundongos machos”, feita por médicos da Faculdade de Medicina da USP e uma das vencedoras da categoria Saúde do Homem, do Prêmio Saúde 2008, promovido pela Editora Abril, em São Paulo.

A outra finalista, pois houve empate, foi “Perda de expressão de E-Caderina e Beta-Catenina em metástases ósseas de câncer de próstata”, também de médicos da Medicina USP. Na categoria Saúde e Prevenção, a equipe médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina USP de Ribeirão Preto destacou-se com a pesquisa “Imunossupressão seguida por transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas em pacientes com diabetes tipo 1 recém-diagnosticado”.

Divulgado em mais de 100 países, o estudo sobre o impacto da poluição na fertilidade masculina chamou a atenção dos médicos. A pesquisa revela diminuição do número de fetos masculinos em roedores e em seres humanos em conseqüência da poluição. Em 2006, o cruzamento dos dados da Companhiade Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) – que controla a qualidade do ar na capital paulista, com informações de cartórios – mostrou redução no nascimento de 1.180 bebês do sexo masculino.

Medula óssea
Pelo estudo, quanto maior o número de partículas suspensas na atmosfera, menor a quantidade de meninos concebidos. Acredita-se que a sujeira do ar afeta o cromossomo Y. “Também existe comprometimento no interior dos testículos”, diz o médico urologista Jorge Hallak, um dos autores da pesquisa.

No trabalho sobre câncer de próstata, o também urologista José Pontes Júnior e sua equipe descobriram duas moléculas que espalham a doença pelo corpo. Assim, os pesquisadores trabalham com a possibilidade de usar essas substâncias como marcadoras para fornecer indícios antecipados de que o mal, após tratamento, reincidiu.

Já o pessoal da USP Ribeirão Preto estimulou a medula óssea de 23 pacientes entre 12 e 31 anos a produzir células-tronco capazes de originar sangue. As células foram retiradas e reservadas e os pacientes passaram por quimioterapia. Depois, reinjetaram as células-tronco que repovoaram o sangue com novo sistema imunológico sem provocar males ao pâncreas, o qual voltou a produzir insulina.

Júri
Em sua terceira edição, o Prêmio Saúde destina-se a profissionais da área que atuam em campanhas de prevenção e pesquisas em fase clínica. O objetivo é estimular e dar visibilidade aos autores de estudos capazes de fazer a diferença na qualidade de vida da população brasileira.

A premiação se divide em sete categorias: Saúde e Prevenção, Saúde Mental e Emocional, Saúde da Mulher, Saúde do Homem, Saúde da Criança, Saúde do Coração, e a categoria especial, cujo tema altera-se a cada ano. Em 2008 foi Saúde da Pele.

Inscreveram-se neste ano 1.344 profissionais (médico, enfermeira, obstetriz, nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutico, terapeuta ocupacional, educador físico, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, biólogo, biomédico e cirurgião-dentista).

Todos os 382 trabalhos foram avaliados por júri científico, integrado por 55 dos maiores nomes da saúde no País. Os jurados, numa primeira fase divididos pelas categorias, elegeram 21 finalistas, três para cada uma das sete áreas do prêmio. Na segunda etapa, todos juntos, ao lado do público da Editora Abril que votou pela Internet, escolheram os vencedores, anunciados durante cerimônia realizada no Memorial da América Latina, em São Paulo, a qual contou com autoridades e apresentação especial do maestro João Carlos Martins.



Fonte: Redação »

Fonte:Mediacon
Link:http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=11&id=15116

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