terça-feira, 6 de maio de 2008

Portuguesas grávidas que fumam não largam o vício


«Apesar dos malefícios do tabaco para o feto, cerca de 30% das fumadoras nem sequer tentam parar e as restantes têm taxas de recaída muito elevadas

Cerca de 30% das mulheres portuguesas que fumam continuam a fazê-lo depois de engravidar.Uma prática que,entre muitas outras consequências nefastas para a saúde do bebé, aumenta em 40% o risco de nados mortos.

O alerta é do médico José Belo Vieira que,no âmbito do Dia da Mãe, falou ao Meia Hora sobre a importância da cessação tabágica na saúde da mãe e do feto.

De acordo com o especialista, estima-se que cerca de 70% das grávidas fumadoras tentem, nesta fase, deixar o vício ou reduzir o número de cigarros consumidos. No entanto,“as taxas de recaída são muito elevadas: 25% antes do parto, 50% nos quatro meses após o parto, 70% a 90% um ano depois”, explica. A razão, segundo José Vieira,está na “falta de uma acompanhamento técnico adequado em que se trabalhem aspectos específicos da prevenção da recaída”.

Além dos conhecidos malefícios que o tabaco traz para a saúde da mulher, o feto também sofre por causa do fumo.
Os atrasos no crescimento, os partos pré-termo, o baixo peso ao nascer e a morte perinatal, entre outros (ver caixa), são algumas das consequências para as quais os filhos de grávidas fumadoras têm maior predisposição.
Dependentes.

Além disso, acrescenta o médico responsável pela consulta de cessação tabágica do Centro de Saúde de Odivelas, “os filhos de mães que fumam mais de 20 cigarros por dia têm maior risco para a dependência de nicotina ao longo da vida e podem sofrer sintomas de privação da nicotina ao nascer”.

Quanto à ideia de que deixar de fumar durante a gravidez é um factor de stress para a mulher que pode ser mais prejudicial para o feto do que continuar a fumar, José Vieira garante tratar-se de um mito que urge desmistificar. “O tabaco não é nenhum ansio lítico”, sublinha. Por isso, o médico defende que quanto mais cedo as portuguesas deixarem de fumar, melhor.“Há benefícios de saúde para o feto mesmo que a paragem se dê na fase final da gravidez”, diz.

MAIOR RISCO
face às não-fumadoras
• Aborto
• Morte neonatal nas
primeiras 4 semanas
• Malformações fetais
• Morte súbita
• Pior função pulmonar
• Asma nos primeiros
sete anos de vida»

Fonte: Jornal Meia Hora
Noticia indicada por Moya Zinha

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