quarta-feira, 28 de maio de 2008

Técnicas de fertilização ainda são limitadas


«Rodrigo Ferrari

Quando se fala em técnicas de fertilização in vitro, 35% pode ser considerado o número cabalístico. Essa é a probabilidade que uma mulher que se submeteu a tratamento médico e recebeu um óvulo fecundado em seu útero tem de ficar grávida e dar à luz.

“Embora os índices de fertilização sejam bastante altos (algo em torno de 90%), não temos como garantir que o embrião irá ou não se desenvolver”, explica o ginecologista e esterileuta (especialista em problemas de esterilidade) bauruense Alberto Sérgio Braud Sanches.

Para que o embrião se desenvolva, existem duas condições básicas: primeiro, ele terá de aderir à parede interna do útero; segundo, ele não poderá apresentar qualquer tipo de malformação que comprometa sua sobrevivência. “O problema é que ainda não conhecemos quais fatores impedem o embrião de aderir ao útero”, lembra o ginecologista e esterileuta bauruense Eduardo Crivelari Baisch.

“As taxas de sucesso do tratamento dependem de muitos fatores clínicos e laboratoriais do casal, como idade, tempo de infertilidade, história prévia de tratamento sem sucesso e o fator causador do problema.

A idade da mulher é um dos principais limites para o sucesso das técnicas de reprodução assistida. Quanto mais velha, menores as chances de gravidez, mesmo com os tratamentos disponíveis”, explica a ginecologista e esterileuta bauruense Daniele Mansur Varjão. De acordo com a professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu Anaglória Pontes, a possibilidade de gestação para uma mulher com mais de 40 anos de idade é de apenas 5%, seja pelos meios naturais (no caso de indivíduos férteis) seja pelas técnicas de reprodução assistida.

Pontes frisa, ainda, que fatores como o cigarro diminuem ainda mais as chances de sucesso do tratamento. “O tabagismo diminui os níveis de testosterona do homem, sem contar que reduz a quantidade e a qualidade dos espermatozóides que ele produz. Além disso, mulheres fumantes entram em menopausa mais cedo e estão mais sujeitas a infecções genitais”, salienta.

A professora e diretora do ambulatório de genética da Universidade do Sagrado Coração (USC), lembra que, além do tabagismo, o uso de drogas ilícitas e de álcool também colabora para que as mulheres sofram abortamentos espontâneos (quando o feto é eliminado do organismo da gestante por meios naturais). “Esses são fatores que a mulher pode controlar, caso não queira passar por uma situação dessas”, explica.
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Fonte:JCNET
Link:http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_geral.php?codigo=131147

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