terça-feira, 17 de junho de 2008

Hospitais falham no incentivo à amamentação nos EUA, diz governo


« da Associated Press, em Atlanta

A maioria dos hospitais norte-americanos não faz muito para promover a amamentação. Esta é a conclusão do primeiro estudo nacional sobre o tema realizado nos Estados Unidos.

Numa escala de zero a 100, a média nacional de apoio às mães para que amamentem seus filhos ficou em 63, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), do governo norte-americano.

Os resultados da pesquisa são desanimadores, segundo Deborah Dee, epidemiologista do CDC que é co-autora do estudo. "Há muito o que melhorar", afirma a médica.

Estados da costa oeste tiveram as pontuações mais altas, e os do sul, as mais baixas. Vermont e New Hampshire lideram o ranking, com média de 81 pontos. Arkansas está no fim da lista, com 48 pontos.

Independentemente dos números, o estudo apontou que ações que inibem a amamentação ocorrem em todo o país. Cerca de um quarto dos hospitais dão fórmulas (leite em pó) ou outros suplementos para mais da metade dos recém-nascidos saudáveis. A prática é comum mesmo quando as mães estão aptas e querem dar leite materno à criança.

Dos hospitais que oferecem líquidos aos bebês, 30% dão água com açúcar e 15% dão água. Especialistas dizem que não há razões nutricionais para essa prática, mas que é comum ofertar esses líquidos para acalmar as crianças. Algumas vezes, isso é feito para testar a habilidade da criança em se alimentar --mesmo que não seja necessário.

Benefícios e desafios

A amamentação é considerada benéfica para a mãe e para a criança. O leite materno contém anticorpos que protegem os recém-nascidos de infecções. Estudos mostram também que bebês alimentados no peito têm menos risco de se tornarem adultos obesos.

Mas o ato pode ser frustrante para novas mães, tanto pela dor nos mamilos quanto pela sensação de que não se está produzindo leite suficiente. Por isso, é importante que elas sejam orientadas e encorajadas a amamentar desde os primeiros dias do nascimento, ressalta Sheela Geraghty, especialista em lactação do Cincinnati Children's Hospital Medical Center.

"É ótimo que os hospitais e maternidades passem por essa avaliação. Afinal, se as mães não tiverem apoio nesses lugares, onde terão ajuda?", diz Sheela.

A pesquisa foi baseada em questionários preenchidos no ano passado em cerca de 2.700 hospitais e maternidades. Entre os quesitos avaliados estão ações de apoio, como aconselhamento e deixar mãe e filho juntos, e práticas inibidoras, como suplementação alimentar do recém-nascido e inclusão de leite em pó no kit entregue às mães como presente.»

Fonte:Folha on-line

Link:http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u412052.shtml

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