«Terra
Desejada ou não, o fato é que a gravidez é um momento mais que especial na vida da mulher. São nove meses montando o enxoval e assistindo ao crescimento da barriga. No entanto, depois do parto um turbilhão de mudanças, inclusive hormonais, pode deixá-la com uma sensação nada agradável. Rejeição, desânimo, irritação. Esses são apenas alguns sintomas da depressão pós-parto.
A princípio, esta doença é igual a uma depressão comum. No entanto, é agravada pelo sentimento de culpa. "A nova mamãe não se adéqua a algo que os outros dizem ser natural", diz a psicóloga Sylvia Sabbato. "A mulher fica constrangida em falar que não se sente bem, que está desanimada, e isso pode agravar a situação", explica.
O que muitos não sabem é que a maioria das mulheres irá vivenciar alguns desses sintomas depois do nascimento do bebê: sono, cansaço, falta de apetite, desânimo. Este é o chamado blues post partum.
"O blues é uma condição benigna que se inicia nos primeiros dias após o parto. É de intensidade leve, não requerendo, em geral, uso de medicações. Ele cede espontaneamente", explica a psicóloga Sueli Castillo.
Mas se esses sentimentos se agravarem e forem somados a atitudes como se afastar do filho devido ao medo de não saber como cuidá-lo ou protegê-lo obsessivamente, é hora de procurar um tratamento.
"É preciso de um acompanhamento multidisciplinar com o obstetra, o psicólogo e, às vezes, o psiquiatra", conta o ginecologista Mario Cavagna Neto. "Os medicamentos devem ser reservados a casos extremos, pois eles afetam a amamentação e, nessas circunstâncias, o aleitamento materno deve ser substituído", alerta Cavagna Neto.
De acordo com Sylvia Sabbato, a depressão, ou mesmo o blues, ocorrem com maior freqüência na primeira gravidez. "É mais comum com o primeiro filho porque é quando a mulher passa por uma grande mudança de papéis: deixa de ser apenas filha para se tornar também mãe", afirma.
Psicose puerperal
Em uma escala bem menor, cerca de 0,1% das mulheres podem ser acometidas pela psicose puerperal. Este é um quadro de depressão profunda que pode estar associada a atos violentos.
Segundo a psicóloga Sueli Castillo, os sintomas se manifestam nos três primeiros meses, com episódios psicóticos. "Nesse quadro, podem ocorrer alucinações ou delírios, pensamentos de machucar o bebê, insônia severa, agitação e medo", enumera Sueli.
"Existe o risco potencial de agressões", explica o ginecologista Cavagna Neto. Portanto, é comum que seja recomendado o tratamento por meio da internação. "A criança fica afastada da mãe, mas depois é possível restabelecer este convívio", completa.
Prevenção
"Saber, antes do nascimento do bebê, se a mãe terá ou não depressão após o parto é muito difícil. Mas as mulheres com tendência depressiva anterior à gravidez precisam de mais atenção dos familiares", alerta Sueli.
Segundo a psicóloga, a situação que gerou a gestação também é um fator a ser avaliado. "A gravidez rejeitada pode provocar uma associação do problema com o bebê."
Apoio familiar
A ajuda do pai da criança não deve ocorrer apenas no momento de trocar as fraudas. Apoio e carinho, tanto dele como de familiares e amigos, é fundamental.
"Quanto mais estruturada for a relação familiar da mãe, mais fácil e rápido será o tratamento", afirma Mario Cavagna Neto.
No entanto, nem sempre é esta a situação. Mesmo que a união matrimonial seja instável, ou não exista; mesmo que a mulher não conte com o apoio da mãe ou de uma amiga confidente; é possível vencer a depressão pós-parto.
"Ela pode procurar um hospital, se abrir com o médico e, se for necessário, terá o acompanhamento de um assistente social", indica o ginecologista.»
Fonte:Circuitomt
LINK:http://www.circuitomt.com.br/home/materia/4004
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Entenda o que é a depressão pós-parto
Postado por Paulo Pires às 9/23/2008 02:00:00 da tarde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário