No plano ideal, a maternidade é uma condição sublime, de perpetuação da espécie, de realização pessoal e de desenvolvimento dos laços afetivos. Mas esse é o ideal, o que não quer dizer que seja regra geral, principalmente quando se têm dados estatísticos segundo os quais cerca de 15% das mulheres são acometidas da depressão pós-parto (DPP).
"Trata-se de um quadro clínico severo e agudo que pode começar na primeira semana após o parto e perdurar até dois anos", explica a psicóloga e psicoterapeuta Vera Iaconelli, mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Incapacidade de cuidar e desinteresse pelo bebê são apenas dois dos sintomas da DPP que prejudicam não apenas a mãe, mas também o filho. Por conta da pressão social segundo a qual a mulher deveria estar com um sorriso nos lábios e "lambendo a cria" depois do parto, muitas mães relutam em admitir para a família ou mesmo para o pai da criança que estão precisando de ajuda. Isso dificulta o diagnóstico precoce e, em conseqüência, o tratamento do problema.
Alguns fatores de risco demonstram correlação com a DPP: mulheres que sofrem de tensão pré-menstrual (TPM), sintomas depressivos durante a gestação, histórico de transtornos afetivos, primeira gestação, carência social e dificuldades na gestação são alguns dos que estão em estudo.
"O acompanhamento do período que engloba gravidez, parto e pós-parto é uma forma de evitar, atenuar ou reduzir a duração da DDP", diz Vera Iaconelli, ressaltando a importância do diagnóstico precoce.
Além dos visíveis problemas para a saúde da mãe, a depressão pós-parto é fator de risco para a saúde mental do bebê e, portanto, requer a atenção de médicos, pacientes e familiares.»
Fonte:Circuito Mato Grosso
Link:http://www.circuitomt.com.br/home/materia/3395
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