segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Depressão pós-parto: luz ao fundo do túnel


«Gostamos todos de histórias cor-de-rosa, e por isso tendemos a esconder debaixo do tapete aquelas que não correm tão bem como os mitos correntes prometiam. Um desses momentos luminosos é o nascimento de um bebé. A mãe é suposta sentir-se radiosa e feliz, e assim ficar para todo o sempre, ponto final.

Só que para muitas mulheres nada acontece como nos livros, e em lugar de uma alegria esfuziante sentem que se instalou sobre elas uma nuvem preta e amea-çadora.

Estima-se que a depressão pós-parto afecta entre 10% a 15% das recém-mães, atacadas geralmente entre a 4.ª e a 7.ª semanas por um duplo e terrível sofrimento: a apatia e a dor provocadas pelos sintomas da doença em si, a que se soma uma culpabilidade imensa ("O que é que me deu para chorar assim?", "Que mãe sou eu, que não tem vontade sequer de pegar no seu filho?).

Diagnosticada e tratada pode ser apenas um episódio passageiro, mas o mais grave é que a mãe envergonhada tende a esconder o que sente e a não procurar ajuda, tornando difícil a relação precoce com o seu bebé, e correndo o risco de se tornar cronicamente deprimida.

A descoberta feita pela Universidade da Califórnia, e divulgada ontem pela BBC, pode vir a fazer a diferença. Os investigadores encontraram uma correlação entre os níveis de uma hormona segregada durante a gravidez e a depressão pós-parto. Uma experiência com 100 mulheres permitiu-lhes concluir que uma análise ao sangue à 25.ª semana pode prever, em três quartos dos casos, as mães que vão desenvolver esta síndrome.

A tal pCRH é segregada pela placenta e leva ao aumento do cortisol, que ajuda o corpo a lidar com o stress. Quanto maior o stress (consciente ou inconsciente), mais altos são os níveis de cortisol, e maior é a ressaca quando cai a pique após o parto.

Este novo teste, quando estiver absolutamente comprovado, vai permitir que a equipa que acompanha a grávida lhe possa dar a mão antes de a crise se desencadear.
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt»

Fonte:Destak
Link:http://www.destak.pt/artigos.php?art=20951

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