sexta-feira, 17 de abril de 2009

23 dicas para poupar quando a família cresce


«por PATRÍCIA JESUS09 Abril 2009

A falta de dinheiro encabeça as razões para adiar o nascimento de um filho. E é uma das preocupações quando se tem um bebé, sobretudo em altura de crise. Recuperar hábitos antigos como amamentar e usar fraldas de pano pode ajudar a equilibrar as contas. Mas adoptar as tecnologias mais recentes, sobretudo a Internet, também.

Abonos O abono de família ajuda a suportar as despesas com a chegada de um bebé. Mas é preciso entregar muita papelada e cumprir prazos, lembra a associação de defesa do consumidor Deco/Proteste. Desde o ano passado, as futuras mães podem também pedir o abono pré-natal, logo após a 13.ª semana de gestação. É necessário entregar uma declaração na Segurança Social para receber entre 32 e 130 euros até ao termo da gravidez, consoante o escalão.

Bonecada Durante os primeiros meses de vida, os bebés ficam mais excitados com o papel que embrulha os presentes do que com o que está dentro da caixa. Além disso, fazem pouco mais do que comer e dormir, por isso não necessitam de grandes distracções. Assim, gastar dinheiro em brinquedos acaba por ser um desperdício. Até porque quase todos os pais passam pela experiência de ver um brinquedo caríssimo ser preterido em favor de uma colher de pau ou de um copo de plástico.

Creche A escolha de uma creche ou infantário é sempre difícil para os pais. Mas inevitável para a maioria das famílias, logo aos quatro ou cinco meses, quando acaba a licença de parto da mãe. É também uma escolha pesada para a carteira. Para quem não tem outras opções, como avós disponíveis, mas não consegue pagar um privado, convém ver com antecedência que alternativas públicas existem na área. E aqui, antecedência pode significar inscrever a criança antes de nascer, já que as vagas da rede pública são insuficientes.

Deduções no IRS Os encargos com a gravidez (da amniocentese e outros exames aos suplementos de magnésio) podem ser usados para pagar menos IRS. O mesmo se aplica às despesas com o internamento e parto, amas e infantários, desde que existam recibos. O fisco aceita 30% destas despesas, até 681, 60 euros, explica a Deco/Proteste. Além disso, não se esqueça de informar a entidade patronal sobre a nova dimensão da família para o caso de ser necessário fazer um ajuste da taxa de retenção.

Emprestado Os jovens pais apercebem-se rapidamente de que há muitos objectos, alguns bastante caros, que só vão ser necessários durante um curto período de tempo: a banheira, a alcofa, a cadeirinha, o carrinho e até a cama, por exemplo. Então porquê comprar? A melhor solução é pedir emprestado tudo o que puder a amigos e familiares com bebés mais crescidos. Aliás, o mais comum é até apareceram conhecidos e vizinhos a tentar "despachar" coisas que já não precisam e só ocupam espaço. Ter isto em conta logo no início da gravidez, quando se sente a tentação de correr as lojas para comprar todas as coisas engraçadas, pode ajudar a poupar bastante.

Fraldas Muitos de nós usámos fraldas de pano que foram substituídas pelas descartáveis. Mesmo evitando todo o debate sobre as consequências ambientais do uso de milhões de fraldas difíceis de reciclar, há outro argumento poderoso a favor das fraldas de pano: são reutilizáveis. Para as usar, é preciso apanhar o jeito e umas cuecas de plástico, que ajudam a manter o resto da roupa limpa. Quando se opta pelas descartáveis, sai mais barato comprar pacotes grandes. Mas, mesmo assim, a conta pode chegar a 400 euros por ano.

Ginástica Antes e depois do nascimento, as mães preocupam-se com a forma física, mas os ginásios e as aulas pagas podem ser um fardo complicado. Alternativas nas piscinas e ginásios municipais e confie na força de vontade.

Higiene Para alguns pais, as toalhitas húmidas são a melhor invenção desde a roda. Mas para os ecologistas deixaram de ser um acessório indispensável. Os argumentos? Demasiadas fibras não recicláveis. Panos de algodão e água morna são bons substitutos, pelo menos em algumas situações. Mesmo assim, vale a pena ter toalhitas à mão para as situações mais problemáticas. Mais uma vez, compensa comprar os pacotes grandes. Como não são fáceis de transportar, compre um pequeno que possa servir como caixa e reutilize. Aliás, o mesmo se aplica a todos os produtos de higiene: comprar os pacotes maiores compensa. Se receitados por um médico, produtos como cremes e pomadas (com IVA superior a 5%) podem ser incluídos no IRS.

Internet A grande vantagem da Internet é que se encontra quase tudo. E é aconselhável usar essa quantidade enorme de recursos para poupar dinheiro: em vez de se encher a casa com livros sobre a paternidade, a maior parte dos quais arrumados praticamente sem ser manuseados, é possível pesquisar nos milhares de sites que existem sobre bebés. Alguns até permitem fazer perguntas a especialistas. E há cada vez mais fóruns onde se pode falar com outros pais com filhos que acabaram de passar pela mesma fase, seja ela qual for. Também se poupa dinheiro se em vez de comprar CD se recorrer ao YouTube para ouvir e ver as canções infantis favoritas ou se fizer download de versões gratuitas de músicas tradicionais. E quando não há outras solução a não ser comprar, sites como o eBay oferecem verdadeiras pechinchas, desde que se tenha cuidado com os portes. Por outro lado, os jovens pais apercebem-se rapidamente de que além da conta de supermercado aumentar, o volume de compras também cresce. Por isso, comprar pela Internet e mandar entregar em casa é uma boa opção para não ter que transportar pacotes gigantes pelas escadas acima. Mais uma vez, cuidado para não gastar dinheiro na entrega. Muitas vezes só é gratuita a partir de certos valores.

Jardim Sair de casa com um bebé é sempre um desafio nos primeiros tempos: há o bebé e toda a parafernália de itens que ele eventualmente pode precisar. Mas antes de ele começar a pedir aulas de música, judo e bailado, os jardins e parques são um excelente destino. São divertidos, permitem sair de casa e não custam nada. Compensa levar um lanche confeccionado em casa, evitando o recurso a boiões de comida já prontos a consumir… e mais caros.

Leite O leite da mãe é o mais apropriado para as necessidades do bebé: do perfil nutricional à temperatura. Depois de anos em que o hábito de amamentar se perdeu, está novamente na moda, apoiado por orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e recomendações de especialistas em saúde materna. Mas para além de todos os benefícios para a saúde do recém-nascido, amamentar é também a forma mais barata de alimentar o bebé. Sem preocupações com biberões, esterelizadores e latas de leite em pó. A OMS recomenda que até aos seis meses se use apenas leite materno, e que a mãe continue a dar peito até aos dois anos. As mães com dificuldades devem consultar as enfermeiras especialistas que podem dar dicas preciosas sobre como superar os períodos em que as mães têm menos leite.

Mimos Aqui está um item em que não deve poupar. Nenhum brinquedo, por muito sofisticado e educativo, é tão eficiente para o desenvolvimento da criança como a atenção dos pais.

Não A partir do momento em que eles dizem a primeira palavra é importante aprender a dizer não. Mais tarde vai poupar-lhe muito dinheiro, dores de cabeça e evitar uma casa cheia de brinquedos que não servem para nada.

Ouvir Vale a pena pedir conselhos a pais mais experimentados e pensar duas e três vezes antes de fazer compras caras. Sobretudo não adquirir por antecipação: há coisas que pode nunca precisar, há outras que eles detestam. Há bebés que detestam o marsupial, outros os ovos, outros o carro de passeio ou o parque ou o ginásio. Tente ouvir os outros pais e perceber o que o seu prefere.

Padrinhos Para criar uma criança é preciso uma aldeia diz um ditado. Por isso não se deve desperdiçar a ajuda dos familiares, dos avós aos tios e primos. Evitam ter recorrer aos serviços de baby-sitters, dão uma mãozinha quando não se consegue sair do trabalho a horas ou quando o bebé fica doente. E não deixe de escolher padrinhos, mesmo que não seja religioso. Geralmente dão os presentes mais caros.

Quantidade Entre as chuchas que se compram e as que são oferecidas muitos pais acabam por ter chupetas em grande quantidade que os bebés nunca chegam a utilizar. O mesmo se aplica a biberões, babetes e roupa. Muitas vezes , os bebés fixam-se numa simples chucha de borracha que usam até exaustão e ignoram todas as outras. Por outro lado, algumas crianças crescem muito depressa e acabam por "saltar" tamanhos, deixando roupa por estrear. Por isso, não exagere nas quantidades.

Roupa de mamã Quando a gravidez termina e a barriga desaparece surgem outras questões que impedem a mulher de voltar ás antigas roupa, sobretudo se está a amamentar. Mesmo assim vale a pena pensar bem antes de comprar roupa especial. Procure no guarda roupa, peças que são fáceis de despir ou que escondam as manchas de leite. As opiniões dividem-se quanto aos soutiens para amamentação. A roupa de bebé é também muitas vezes descrita como o pior investimento por muitas mães.

Segunda mão Um recém nascido tem em média 50 centímetros de comprimento e pesa 3400. Um ano depois pesa geralmente cerca de 10 quilogramas e cresceu para os 75 centímetros. Em 6 anos, passa o metro. O que significa que a roupa deixa de servir rapidamente. Assim, e se não tem amigos e familiares com sacos de roupa guardados na arrecadação, não hesite em recorrer aos artigos em segunda mão, muitas vezes quase novos que existem em certas lojas ou online e por metade do preço. Uma boa lavagem e está pronto para usar. E não se aplica só a roupa: há lojas que têm também carrinhos, berços, cadeiras de carro. Desde que cumpra as normas de segurança e esteja em bom estado, não há qualquer problema. O que deixa de servir a uns .. fica mais barato para outros.

Ténis e sapatos São muito giros, mas abaixo do tamanho 16 quase não são usados. Quando são muito pequenos, os bebés até devem andar descalços e passam tanto tempo em casa no início que quando começam a sair há pares que já não servem. As botas de lã também são geralmente descritas como pouco úteis.

Unissexo A tentação de decorar um quarto inteiro em cor-de-rosa, com berço, cortinados e roupa a condizer pode ser grande. Mas apostar em roupa e decoração unissexo compensa a curto e médio prazo. Primeiro, porque os bebés crescem depressa e em poucos anos pode ter de mudar. Segundo, porque se resolver ter uma segunda criança pode vir a ser muito útil.

Versatilidade Os carrinhos são os artigos que pesam mais no orçamento do bebé. Mas há sistemas de passeio para bebé que já incluem carrinho, alcofa e cadeira para automóvel. Além de poupar espaço em casa, um modelo deste tipo - prático, seguro e versátil - pode fazer os pais pouparem 240 euros, segundo cálculos da Deco /Proteste. O conselho aplica-se a outros itens: uma fralda de pano, por exemplo, tem muitas utilidades.

X.P.T.O. Baldes para fraldas descartáveis, aquecedores de toalhitas, babetes com rocas incluídas, termómetros de banho e de quarto, bacio musical, dispensadores de leite em pó, aquecedores de biberões. Há dezenas de produtos X.P.T.O - é difícil perceber a utilidade de alguns, outros parecem boas ideias... em certa altura, outros ainda são indispensáveis mas em versões que juntam funções inesperadas e às vezes idiotas. No geral, estão longe de ser necessários, além de serem muito mais caros.

Zzzzzzzzz É provável que a nova mãe passe a dormir menos nos primeiros meses de vida da criança. A vantagem é que andar mais cansada vai permitir poupar dinheiro: sem energia e tempo para festas, jantares e cinema, as despesas descem. »

Fonte:DN
Link:http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1195632

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