terça-feira, 7 de abril de 2009

Nascer no Pico vai deixar de ser um risco com futuro Centro de Saúde


«Nascer no Pico vai deixar de ser um risco com a construção do novo Centro de Saúde da ilha, que integra um bloco de partos anunciado há mais de três anos pelo governo regional e lançado a concurso público em 2009.

O lançamento do concurso para o projecto da empreitada está previsto para o segundo semestre do ano, garantiu fonte da Secretaria Regional da Saúde.

Para o presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha do Pico, "é urgente" a construção de um novo centro de saúde que "marque a diferença e que tenha melhores condições e capacidades de resposta a todo o tipo de urgências".

Ivo Soares considera “fundamental” ter um bloco de partos na ilha, facto que pode mesmo "aumentar a natalidade do Pico, que tem caído drasticamente nos últimos anos", especialmente desde 2000.

Em 2008 nasceram no Hospital da Horta (Faial) 276 bebés, dos quais 92 eram filhos de mães residentes na ilha do Pico, 153 do Faial, 18 das Flores, onze de São Jorge e dois do Corvo.

António Goulart, o director clínico, explicou que durante a vigilância pré-natal as grávidas das outras ilhas são aconselhadas a deslocarem-se para o Faial no final da gravidez, com 38 semanas. "Não há registo de incidentes que se possam relacionar directamente com o facto das residentes nas outras ilhas terem de se deslocar para o Faial" já que "essa deslocação é tratada atempadamente", declarou.

Os partos prematuros são, segundo salientou, "as situações de maior risco", visto que o Hospital da Horta tem capacidade para receber apenas bebés com 36 semanas ou mais.

Nestes casos, os bebés prematuros têm de ser evacuados para os hospitais das ilhas Terceira ou São Miguel.

Segundo informações que a Lusa apurou, a última criança que nasceu num centro de saúde do Pico ocorreu no concelho da Madalena em Fevereiro de 2008. O bebé nasceu prematuro mas o parto não teve qualquer complicação.

Marlene Ribeiro foi uma das enfermeiras que colaborou na realização do parto, que "aconteceu naturalmente, sem quaisquer problemas, apesar das condicionantes".

De acordo com a enfermeira, o facto da ilha do Pico ter apenas "uma sala improvisada em cada centro de saúde com as condições mínimas" para a realização de partos, pode ser "bastante prejudicial" para a grávida e para o bebé. "A obstetrícia é uma caixinha de surpresas e é uma grande responsabilidade para nós, profissionais, assistir um parto nesta ilha".

"Somos os melhores quando tudo corre bem, mas as condições são péssimas - não há incubadoras nem especialistas em pediatria e cirurgia - e tem sido uma luz divina que nos tem iluminado nestas alturas", declarou a enfermeira, demonstrando a sua principal preocupação com os partos prematuros.

Equipamentos como o ventilador, que auxilia o bebé prematuro a respirar melhor, e a incubadora, onde o bebé é colocado para receber as condições ideais como se estivesse dentro da barriga da mãe, são "fundamentais" para o futuro Centro de Saúde do Pico, notam Ivo Soares e Marlene Ribeiro.»

Fonte:Público
Link:http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1371776&idCanal=59

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