sexta-feira, 17 de abril de 2009

Olha quem chora, tão bem


«Pesquisas confirmam a existência das mensagens codificadas nos choros dos bebés. À mesma conclusão chegou a mezzo-soprano australiana Priscilla Dunstan após o nascimento do filho Tomas. Sons universais para exigências universais.
Vera Valadas Ferreira | vferreira@destak.pt

Nos últimos 9 meses, os amigos desta jornalista pensam, secretamente, que ela perdeu o juízo. Como se a experiência da maternidade e as místicas conversas a dois com o filho só fossem dignas de um acenar de cabeça contrariado ou um sorriso amarelo.

Já lhes foi explicado por A + B que o choro do mais novo inquilino lá de casa não é sempre igual, não é sempre monocórdico. Já lhes foi explicado que, dependendo de variáveis como a intensidade, o tom de aflição, a durabilidade, cada choro corresponde a uma determinada exigência básica. Mas tudo isto é só a visão de uma jornalista teimosa...

O mesmo não se poderá dizer da mezzo-soprano australiana Priscilla Dunstan, a verdadeira autora da descoberta de que os recém-nascidos não choram sempre da mesma forma, não senhora. Após o nascimento do seu filho Tomas, a intérprete descodificou, primeiro, o som sinónimo de fome: «Né!» A este seguiram-se outros quatro tipos de choro correspondentes a outras tantas mensagens codificadas. Como quem diz: «tenho sono» ou «preciso de arrotar» ou «muda-me a fralda» ou «sofro com cólicas». Tudo necessidades universais. Não importa a raça, a nacionalidade, o credo ou o sexo do bebé. Basicamente, estamos perante o som que o desconforto tem.

Nova teoria

E assim nasceu a denominada Linguagem Dunstan - sistema que já inspirou uma emissão do talk-show de Oprah Winfrey - assente na crença de uma ligação entre 5 sons e 5 necessidades biológicas. A cada som está atribuído um descritor fonético, numa pesquisa que demorou uma dezena de anos a levar a cabo.

Se nos dedicarmos seriamente a tal exercício de adivinhação os benefícios são «profundos e a longo prazo», conforme explica a formadora Ana Garrancho, em linguagembebe.blogspot.com.

Por cá, já proliferam os workshops para ajudar os pais.
«Identificar correctamente e resolver as necessidades básicas do bebé, sem percorrer uma lista de cuidados a ter» ou «experimentar um aumento de satisfação, auto-estima e uma crescente crença na sua capacidade para cuidar do seu bebé» são alguns dos benefícios apontados pela formadora de 31 anos. Que o seu bebé chorará menos, acalmar-se-á mais facilmente e terá mais sonos ininterruptos são outras das promessas.

E com isto, pai e mãe sentem menos stress e dormem melhor. A progenitora tem ainda mais hipóteses de não cair numa depressão pós-parto.

E não é só a relação com o bebé que ganha pontos com estas técnicas. Pais felizes e relaxados comunicam me-lhor, têm mais tempo para o namoro e afins. «Quando as mães e os pais conseguem aplicar as mesmas capacidades ao mesmo tempo, baseado não no seu estilo de educação mas sim nas necessidades do bebé, uma aliança parental pode ser bem conseguida», sublinha Ana Garrancho.

Porque para os homens pode acabar por ser estranha - quase invejosa - a química entre mãe e filho -, saiba que «um em cada dois papás também relataram um impacto positivo no relacionamento conjugal».

Nove meses depois, na casa desta jornalista, a realidade já é outra: a fase dos «dá-da» e dos «tá-ta». O pequeno até já diz «má-ma». Mas não está a chamar, quer é comer. No seu dialecto, eis a nova versão do «né» de quando tinha 3 meses. Continua a ser música para os ouvidos.

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Vantagens para as mães

70% relataram que os bebés acalmavam mais rapidamente.

70% experimentaram uma redução de stress e aumento de auto-estima.

50% tiveram mais sonos ininterruptos.

50% desenvolveram mais proximidade e cumplicidade com os seus bebés.

Pais também relataram uma redução do stress e uma melhoria na relação conjugal. »

Fonte: Destak
Link:http://www.destak.pt/artigos.php?art=26526

1 comentário:

Ana Garrancho disse...

Olá,

Recomendaram-me a vir aqui a este blog, porque se encontravam reportagens sobre o meu trabalho.

Obrigada por divulgar.

Ana Garrancho