sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O terceiro país da OCDE com mais cesarianas

«O ministro da Saúde lançou o apelo na sessão de encerramento das comemorações dos 75 anos da Maternidade Alfredo da Costa: «Nascem demasiados bebés por cesariana, e é preciso baixar este número.» Somos o terceiro país da OCDE com a taxa mais alta, que se cifra já em 32% no SNS, e promete continuar a crescer.

Sobretudo nos lugares em que já atinge os 50%, ou seja, nos hospitais particulares, onde os médicos podem «fazer a vontade» às parturientes, ou, diz a má-língua, há vantagens económicas em optar por uma intervenção que custa até quatro vezes mais do que um parto normal.

Isto quando a OMS recomenda que a taxa se situe abaixo dos 20%, considerando o excesso de cesarianas como um indicador de falta de qualidade dos serviços maternos. Porque, para todos os efeitos, a cesariana é uma cirurgia grande, com riscos acrescidos para a mãe e para o bebé, e que deve ser reservada apenas para os casos em que tem genuína indicação clínica. Note-se que o problema não são as cesarianas em si, uma invenção miraculosa, que permite salvar muitas mães e bebés que antigamente morriam, mas o seu uso desnecessário e até perigoso.

O facto de a idade das mães no momento do nascimento do seu primeiro filho ter aumentado, explica, em parte, o fenómeno, mas não tudo. Sabe-se que cada vez mais mulheres pedem (exigem?) que o seu médico lhes faça uma cesariana, por medo da dor, mas também porque sentem o parto como qualquer coisa de impura. Os «sintomas» da sua natureza biológica - sangue, suor e lágrimas - não parecem ter lugar no seu mundo asséptico. Essa rejeição de um lado que consideram «animal» pode estender-se ao dar de mamar, e contaminar negativamente a relação com o bebé.

Daí que a gravidez seja uma oportunidade única de a ajudar a confrontar os seus medos e a reconciliar-se consigo mesma. Para que o parto (sem dor, graças à epidural!) possa ser um momento único de descoberta. Condição essencial: que a equipa de serviço trate a mãe, o pai, e o bebé como eles mercem!
Isabel Stilwell editorial@destak.pt»

Fonte:Destak
Link:http://www.destak.pt/artigos.php?art=7243

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelo blog! Muito útil e imprescindível a sua leitura.

Se pudesse ser, gostaria de tirar uma pequena dúvida: a constipação ou resfriado influenciam de alguma forma o primeiro trimestre da gravidez?

Que riscos corremos nós durante a gravidez relativamente ao contágio de doenças?

Um post que esclarecesse estas pequenas grandes dúvidas seria mt interessante.

Muito obrigada e um excelente ano